Soldados russos mataram deliberadamente crianças ucranianas, acusa relatório

O exército russo terá morto mais de 500 crianças na Ucrânia desde o início da invasão, em fevereiro de 2022, denunciaram esta sexta-feira os procuradores ucranianos. O documentário “Bullet Hole’, realizado por jornalistas do ‘Kyiv Independent’, relata a morte de três crianças ucranianas mortas pelas tropas russas a tiro, à queima-roupa – Kateryna Vinarska, de 10 anos; Vladyslav Mahdyk, de 12 anos; e Mykhailo Ustianivsky, de 15 anos.

Vinarska foi morta por soldados russos, que disparavam contra um carro civil pertencente aos seus avós num posto de controlo numa aldeia na região de Kharkiv. Mahdyk foi morto por uma única bala russa que também feriu sua irmã mais velha enquanto a família tentava evacuar na região de Kiev. E Ustianivsky foi baleado nas costas por fugir de um veículo blindado russo na sua aldeia na região de Kherson, também ocupada pelas forças russas. Os seus assassinos permanecem impunes e as famílias das crianças estão devastadas – e querem justiça, apontou o documentário.

De acordo com Oleksandra Matviichuk, Prémio Nobel da Paz e chefe do Centro para as Liberdades Civis da Ucrânia (órgão de vigilância que documenta os crimes de guerra russos), a Rússia está deliberadamente a usar o terror contra civis para quebrar a resistência ucraniana. “Esses crimes são cometidos em todas as regiões e continuam. Estamos prontos para provar isso em tribunal. Porque é hora de quebrar o círculo de impunidade e crueldade que se tornou parte da cultura russa”, denunciou Matviichuk.

Até setembro, foram mortas na Ucrânia 504 crianças, afirmaram os procuradores ucranianos. A Rússia negou repetidamente ter cometido crimes de guerra na Ucrânia e até culpou Kiev pela morte do seu próprio povo, alegando que só invadiu a Ucrânia para evitar o genocídio.




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