Setor da saúde foi o que gerou mais empregos na última década em Portugal

O setor da saúde e do apoio social foi o que mais contribuiu para a criação de emprego em Portugal nos últimos dez anos. No final de 2023, estes setores ultrapassaram a marca de meio milhão de trabalhadores, resultado de um aumento de 125 mil novos funcionários, segundo dados do INE.

Este crescimento contrasta com a diminuição de empregos em setores como as atividades domésticas e a agricultura, que registaram descidas de 15 mil e 4.700 trabalhadores, respetivamente.

Em declarações ao ‘JN’, João Cerejeira, professor da Universidade do Minho, aponta para duas tendências no mercado de trabalho: a especialização em setores de valor acrescentado, como a tecnologia e a consultoria, e o crescimento em setores impulsionados pela procura interna, como a construção, a saúde e o turismo. Estes setores são cruciais para o bem-estar da população, mesmo que não gerem o valor económico mais elevado.

No caso da saúde, o setor privado é responsável por 60% dos postos de trabalho, tendo registado um crescimento superior ao do setor público na última década. Óscar Gaspar, presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, atribui este aumento à evolução internacional do setor, impulsionado pelo envelhecimento da população e pelos avanços médicos e tecnológicos, revela a mesma fonte.

Estudos recentes, como o da Randstad, destacam que cerca de 23% da força de trabalho em Portugal poderá enfrentar mudanças nos próximos cinco anos, com profissões tradicionais a ceder espaço a áreas tecnológicas e sustentáveis. A Informa D&B também destaca que setores como os transportes, atividades imobiliárias e construção lideram a criação de novas empresas, enquanto o retalho e as indústrias grossistas enfrentam dificuldades.




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