Sete militares da GNR acusados de tortura de imigrantes em Odemira começam a ser julgados esta manhã: estão acusados de 33 crimes
Os sete militares da GNR acusados de bater e sequestrar imigrantes hindustânicos que trabalhavam nas estufas em Odemira vão começar a ser julgados esta quarta-feira, no Tribunal de Beja, a partir das 9h30. O arranque do julgamento chegou a estar marcado para 3 de outubro mas foi adiado.
Em novembro de 2021, os militares foram acusados pelo Ministério Público de 33 crimes de abuso de poder, sequestro e ofensa à integridade física qualificada. De acordo com a procuradoria de Odemira, os arguidos agiram com “manifesto uso excessivo do poder de autoridade que o cargo de militar lhes confere”, aproveitando-se da “situação precária, frágil e desprotegida” das vítimas. Tendo agido por “caprichos torpes”, em “manifesto ódio claramente dirigido às nacionalidades que tinham” e por saberem que eram “alvos fáceis”.
Na véspera do último Natal, a então ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, suspendeu provisoriamente os sete militares sob suspeita, ficando temporariamente suspensos por 90 dias. Em março último, o Tribunal de Odemira decidiu que os sete militares iriam mesmo ser julgados.
A abertura da fase de instrução foi pedida por Rúben Candeias, o acusado com mais crimes, 11. Na altura, a juíza de instrução decidiu não o pronunciar por um dos seis crimes de ofensa à integridade física qualificada de que estava imputado, de acordo com a agência Lusa.
No entanto, Rúben Candeias vai a julgamento pronunciado pelos restantes dez crimes: cinco de ofensa à integridade física, quatro de abuso de poder e um de sequestro.
Segundo a decisão instrutória, os restantes seis arguidos vão a julgamento pelos mesmos crimes pelos quais estavam pronunciados.
Nelson Lima, Diogo Ribeiro e Nuno Andrade são acusados de cinco crimes cada um, nomeadamente um de abuso de poder e quatro de ofensa à integridade física qualificada.
João Lopes é acusado de três crimes, um de abuso de poder, um de ofensa à integridade física qualificada e um de sequestro.
Já Carlos Figueiredo e Paulo Cunha são acusados de dois crimes cada um: um de abuso de poder e um de ofensa à integridade física qualificada.