“Seremos uma minoria”: Elon Musk alerta que esta ‘espécie’ vai dominar o mundo até 2040
O empresário Elon Musk voltou a lançar um alerta inquietante sobre o rumo do avanço tecnológico, desta vez com uma previsão que mistura realidade, ficção científica e uma transformação profunda na sociedade: até 2040, poderá haver mais robôs humanoides do que seres humanos. A declaração foi feita durante a sua participação na Future Investment Initiative, realizada recentemente em Riade, na Arábia Saudita.
“A continuar neste caminho, estamos a avançar para uma era robótica”, afirmou Musk no evento, referindo-se ao ritmo vertiginoso do progresso em inteligência artificial e robótica. “Para 2040, provavelmente haverá mais robôs humanoides do que pessoas”, acrescentou, prevendo o surgimento de uma “nova espécie” que, apesar de concebida para servir os humanos, poderá tornar-se dominante em número e, eventualmente, em capacidade.
Este cenário, que Musk assume como uma possibilidade realista e não apenas especulativa, preocupa precisamente devido ao poder crescente da inteligência artificial que equipa estas máquinas. A questão subjacente é até que ponto os humanos continuarão a controlar os robôs num futuro em que as capacidades cognitivas das máquinas poderão ultrapassar largamente as nossas.
A ideia de robôs com aparência e capacidades humanas tem sido alimentada há décadas por obras de ficção científica, mas está rapidamente a tornar-se parte da vida real. As empresas de robótica têm feito avanços significativos nos últimos anos, particularmente com a integração de IA nos seus sistemas. Empresas como a Boston Dynamics são frequentemente apontadas como líderes na área, mas Musk também tem investido fortemente no desenvolvimento de robôs humanoides através da Tesla, com o protótipo Optimus como principal aposta.
Estes robôs estão a ser concebidos para substituir os humanos em tarefas difíceis, repetitivas ou perigosas, libertando-nos, segundo esta visão, para trabalhos mais criativos e intelectuais. No entanto, o impacto dessa substituição vai muito além da produtividade: poderá alterar profundamente a forma como nos organizamos enquanto sociedade.
Durante a sua intervenção, Elon Musk também sublinhou o potencial impacto económico deste novo paradigma. “Se tiveres robôs humanoides, quando não há um limite real para o número deles e podem operar de forma muito inteligente, então também não há um limite real para o crescimento da economia”, explicou.
A lógica é simples: com robôs a executar praticamente qualquer tarefa de forma ilimitada e eficiente, a capacidade produtiva e económica da sociedade poderá expandir-se indefinidamente. Mas Musk reconhece que esse mesmo potencial levanta dilemas existenciais — e sociais.
Um dos mais preocupantes é a conjugação do aumento da presença de robôs com a quebra das taxas de natalidade, um fenómeno que já se verifica em muitos países desenvolvidos. A manter-se esta tendência, o futuro poderá ser habitado por menos humanos e por um número crescente de máquinas com inteligência avançada. “Se cada vez nascem menos pessoas e cada vez são produzidos mais robôs, poderemos chegar a um ponto em que o teu próximo amigo ou colega de trabalho será uma máquina”, alertou Musk.
O aviso de Elon Musk não é isolado. O próprio empresário tem sido uma das vozes mais audíveis na defesa da regulamentação da inteligência artificial, tendo afirmado em diversas ocasiões que o seu uso descontrolado pode representar um risco existencial para a humanidade.
A previsão de que em apenas 15 anos — um horizonte temporal bastante curto — os humanos poderão tornar-se minoria face a robôs humanoides, obriga a sociedade, governos e especialistas a refletirem sobre os limites, as responsabilidades e os impactos éticos da automatização crescente.
A realidade desenhada por Musk poderá parecer futurista, mas como o próprio sublinha, “2040 está mesmo ao virar da esquina”.