Seis em cada 10 CEOs têm como prioridade a criação de novos negócios em 2024
Apesar da atual incerteza económica, as organizações estão a duplicar os seus esforços para criar novos fluxos de receitas. Para o próximo ano, seis em cada 10 CEOs consideram a criação de novos negócios como uma das suas três principais prioridades estratégicas e três em cada 10 como a sua principal prioridade.
Esta é uma cas conclusões do novo relatório publicado pela McKinsey & Company, CEOs’ Choice for Growth: Building New Businesses, que mostra ainda que, em 2023, as empresas passaram da criação de um ou dois novos negócios num período de cinco anos para a criação de três a cinco novos negócios.
“Os executivos reconhecem que o atual momento proporciona uma vantagem competitiva às empresas já estabelecidas em relação às startups, devido ao decréscimo da confiança dos investidores e às dificuldades em obter capital para estas empresas”, escrevem.
Para além disso, as empresas estabelecidas no mercado que decidem criar negócios para além da sua atividade principal estão a apostar em áreas como o desenvolvimento de plataformas de Inteligência Artificial, a criação de modelos “everything-as-a-service” ou a implementação de novos serviços digitais em mercados online, ecossistemas e retalho.
Os dados mostram ainda que os lucros provenientes da criação de novas empresas também estão a aumentar. Segundo o relatório da McKinsey, 20% das receitas das empresas provêm de novos negócios criados nos últimos cinco anos, mais 8% do que no ano passado (12%).
“Isto ajuda a explicar porque motivo a criação de empresas está a ganhar importância, ano após ano, como uma prioridade empresarial. Mais importante ainda, verificamos que os gestores compreendem a necessidade de desenvolver as capacidades necessárias para lançar vários negócios. Esta abordagem ajuda a diversificar o risco e a aumentar a probabilidade de sucesso e crescimento. Quanto maior for o número de novos negócios criados, maior será a probabilidade de sucesso e de crescimento das receitas”, diz Santiago Fernández, sócio líder da Leap by McKinsey em Espanha.
O estudo revela assim que seis em cada 10 (58%) diretores de empresas consolidadas atribuem maior prioridade à criação de novos produtos, serviços ou atividades do que nos últimos dois anos.
“O que observámos a partir dos resultados do inquérito e das conversas com os líderes empresariais é que estes estão mais concentrados na combinação de ações e reações a curto prazo em resposta imediata à turbulência económica do que com estratégias de médio e longo prazo”, afirma o sócio da McKinsey.
Os dados revelam ainda que o investimento em Inteligência Artificial Generativa deve aumentar. “As capacidades de IA podem reforçar a criação de novos negócios de várias formas, desde a melhoria da produtividade das startups – através da automatização inteligente de processos – até à completa disrupção e transformação dos modelos de negócio nos próximos anos. Esta é a convicção de 75% dos investidores e de 45% dos próprios líderes empresariais”, diz Fernandez.
O estudo publicado pela Leap by McKinsey obteve respostas de mais de 1000 executivos seniores de empresas (84% são VP/GM/BU-lead ou superiores e 32% são C-Suite, incluindo 15% de CEOs) em 68 países de 28 setores a nível mundial. Além disso, foram recebidas respostas de quase 150 investidores e analistas de ações na América do Norte, Europa e Ásia.