Seca severa já afeta 97% de Portugal continental. Maio “foi o mês mais quente dos últimos 92 anos”, aponta IPMA
No seu mais recente boletim climatológico, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) revela que o mês de maio deste ano foi “extremamente quente e muito seco”, com uma temperatura média 3,47 graus acima dos valores médios normais.
A análise avança que, a 31 de maio, 97,1% do país se encontra em situação de seca severa, enquanto 1,4% está regista seca extrema e 1,5% regista seca moderada. No final de abril, apenas 4,3% do território continental se encontrava sob seca severa e nenhuma porção do país registava seca extrema.
Entre 30 de abril e 31 de maio, o IPMA observou uma diminuição da água no solo em todo o país, com especial destaque para as regiões do interior Norte e Centro, com níveis muito baixos, bem como para o vale do Tejo, Alentejo e Algarve, onde o valor de água no solo é inferior a 20%.
Quanto à precipitação, em maio choveu apenas 13% do que seria de esperar para esta altura do ano, sendo que desde 2017 que esses valores ficam abaixo do valor normal. Entre dia 1 de outubro de 2021 e 31 de maio de 2022, só choveu metade do que seria de esperar para esse período do ano, ficando registado como o segundo mais seco desde 1931.
O relatório do IPMA aponta que, no dia 21 de maio, ocorreram eventos meteorológicos extremos, definidos como “heatbursts”, que se traduziram numa massa de ar quente e seco, “pouco habitual nesta época do ano”.
Os concelhos de Beja, Santarém e Castelo Branco foram os que registaram os valores de médios de temperatura máxima mais altos em maio.