Sabe o que é o ‘Iron Beam’? Novo sistema de defesa aéreo de Israel entra em funcionamento para travar ataques do Hamas

O conflito no Médio Oriente ‘ofereceu’ a oportunidade perfeita para Israel colocar em funcionamento a primeira defesa aérea ‘Iron Beam’, que terá sido ativada para intercetar mísseis inimigos em Gaza: o ataque surpresa mortal, do passado dia 7 de outubro, perpetrado pelo Hamas, levou os israelitas a responder com os seus ataques aéreos mais pesados de sempre contra Gaza.

“Pela primeira vez no mundo, um sistema de laser desenvolvido em Israel foi capaz de intercetar um foguete que foi disparado contra Israel durante os dias de combate”, indicou Hillel Hallel, correspondente do exército e de defesa em entrevista a órgãos de comunicação social de Israel.

O ‘Iron Beam’, um laser de alta potência fabricado pela Rafael Advanced Defense Systems, foi projetado para intercetar mísseis e projéteis de curto alcance. O seu lançamento estava previsto para 2025 e tinha como objetivo complementar o sistema ‘Iron Dome’ já em atividade em Israel.

O sistema foi desenvolvido para intercetar uma ampla gama de ameaças, incluindo veículos aéreos não tripulados (UAVs), segundo garantiu a empresa responsável, o que pode ser feito a partir de uma distância de algumas centenas de metros até vários quilómetros.

O sistema utiliza um carregador ilimitado e pode ser integrado em múltiplas plataformas, “neutralizando uma ampla gama de ameaças com extrema precisão” sem deixar muitos danos colaterais, enquanto protege civis e forças militares. O antigo primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, chamou-o de “parede de laser” e, segundo testes realizados em 2022, teve sucesso na destruição de foguetes, morteiros, drones e projéteis antitanque.

Embora o ‘Iron Dome’ tenha uma quantidade finita de poder, uma vez que lança mísseis para responder aos ataques, a vantagem do ‘Iron Beam’ é que não fica sem munições – é também mais económico: os mísseis ‘Iron Dome’ custam cerca de 50 mil dólares cada, já os custos dos disparos do ‘Iron Beam’ é insignificante.

Segundo David Hambling, especialista militar britânico, o ‘Iron Beam’ pode continuar “a disparar enquanto tiver uma fonte de energia, com um custo por disparo de talvez um dólar. Pode também mudar rapidamente de um alvo para o outro”, frisou, em declarações à revista ‘Newsweek’, “atacando à velocidade da luz, derrubando rapidamente foguetes enquanto continuam a avançar”.

O Hamas disparou, numa única barragem, até 5 mil foguetes em apenas 20 minutos sobre Israel, o que teria sido extremamente caro para Israel intercetar, havendo o risco de ‘esmagar’ o ‘Iron Dome’. “Um laser, por outro lado, oferece essencialmente um depósito infinito de oportunidades de intercetação, porque o laser – enquanto tiver eletricidade – vai continuar a recarregar e a abater as armas que chegam”, salientou Bryan Clark, do Instituto Hudson, nos Estados Unidos, em declarações à ‘CNBC’.

Ao contrário de um míssil, que explode imediatamente após o impacto, um laser requer vários segundos de contacto com um objeto para criar energia suficiente para o destruir. Outra preocupação de Israel é que os foguetes e mísseis possam agora ser revestidos com material resistente ao calor, o que pode tornar o ‘Iron Beam’ inútil – o laser também não vai funcionar em más condições atmosféricas, alertou Uzi Rubin, ex-diretor da Organização de Defesa de Mísseis de Israel.

Os Estados Unidos estão atentos ao sucesso do ‘Iron Beam’ em Israel e podem avançar para a implementação da tecnologia: o pedido de Joe Biden de um financiamento de emergência de 106 mil milhões de dólares tinha incluído 1,2 mil milhões para o ‘Iron Beam’, que poderia ajudar os Estados Unidos a desenvolver um sistema semelhante.

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