Rússia quer comprar moedas de “países amigos” para as enfraquecer. Estratégia pretende influenciar taxa de câmbio do dólar e euro
O Ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, admitiu que o país pode começar a comprar moedas de “países amigos”, vendendo rublos para comprar outras moedas, por forma a tentar influenciar a taxa de câmbio do dólar e do euro.
O rublo da Rússia encontra-se atualmente a rondar os 53 dólares, estando no nível mais forte desde maio de 2015. Recorde-se que no início de março, a moeda russa estava a ser negociada nos 139 relativamente ao dólar. Após o anúncio das sanções por parte do Ocidente, a Rússia mais que duplicou a taxa de juros do país de 9,5% para 20%, tendo o valor da moeda melhorado a ponto de baixarem a taxa de juros três vezes para atingir 11% no final de maio.
Para além disso, não esquecer que a Rússia é o maior exportador mundial de gás e o segundo maior exportador de petróleo, sendo que o seu principal cliente é a União Europeia. Com os preços do petróleo a dispararem de dia para dia, a dependência do Ocidente da energia russa faz encher os cofres do país.
Com o rublo mais forte do que nunca, é preciso agora enfraquecê-lo em relação ao euro e ao dólar. O Banco da Rússia pode, por exemplo, vender rublos para comprar a moeda da China, yuan, na tentativa de depreciar a taxa de câmbio rublo-yuan, o que irá afetar a taxa de câmbio rublo-dólar por arbitragem.
“Através das moedas dos países amigos, através das taxas de câmbio cruzadas com o dólar e o euro, será possível regular o custo do euro e do dólar em relação ao rublo”, disse Anton Siluanov durante uma conferência, de acordo com o ‘elEconomista’.
O Ministro das Finanças russo também admitiu que o país pode efetuar cortes não especificados na despesa do Estado para manter o rublo sob controlo.