Rússia avisa EUA que entregar mísseis de longo alcance à Ucrânia é passar “linha vermelha” e arrisca retaliação

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia alertou esta quinta-feira que se os Estados Unidos enviarem para a Ucrânia mísseis de longo alcance “estarão a cruzar uma linha vermelha” e sugere que Moscovo poderá retaliar.

Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, afirma que “se Washington decidir fornecer mísseis de longo alcance a Kiev, então estará a cruzar uma linha vermelha”, e avisa que se isso acontecer, “passará a fazer parte do conflito”.

Quando a Ucrânia começou a receber armamento dos países ocidentais, especialmente dos EUA e da União Europeia e respetivos Estados-membros, o regime liderado pelo Presidente Vladimir Putin acautelou que o envio de sistemas de lançamento de mísseis de longo alcance seria visto no Kremlin como uma ameaça direta ao seu território.

Hoje, Zakharova relembrou que, ecoando avisos deixados por outros membros da cúpula política da Rússia, que o país “tem o direito de defender o seu território”, pelo que se mísseis de longo alcance caírem nas mãos de Kiev é expectável uma intensificação da agressão russa contra a vizinha Ucrânia.

De recordar que, em junho, o governo norte-americano enviou para as forças do Presidente Volodymyr Zelensky sistemas de lançamento de foguetes conhecidos como HIMARS. Apesar de terem capacidade para disparar projéteis até 300 quilómetros de distância, Joe Biden deu ordem para que fossem limitados a um alcance máximo de 80 quilómetros, para evitar ataques, acidentais ou deliberados, em solo russo.

Nessa altura, o Chefe de Estado norte-americano afirmou que “não vamos enviar para a Ucrânia mísseis que possam atingir a Rússia”.

Apesar de agradecer os HIMARS, a Ucrânia tem pressionado os EUA para que possam ter acesso a armas de longo alcance, sendo que a Primeira-Dama da Ucrânia, Olena Zelenska, num discurso perante do Congresso norte-americano, assegurou que as armas enviadas por Washington “não serão usadas para travar uma guerra na terra de outros”.

A mulher do líder ucraniano salientou que “estou a pedir sistemas de defesa aérea para que os foguetes não matem crianças nos seus carrinhos e matem famílias inteiras”.

Apesar das recusas, a Ucrânia continuará a insistir na necessidade de poder contar com armas de longo alcance para poder combater as forças russas a uma distância segura. O ‘Wall Street Journal’ revela esta semana Kiev tem na calha novos pedidos para esse tipo de armamento.

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