Renault Mégane: O novo pretendente ao cetro do segmento C
Mais de seis milhões de unidades vendidas atestam bem o sucesso do Renault Mégane desde que a primeira geração foi lançada, já há mais de duas décadas. A quarta geração, cuja comercialização se iniciará no final de janeiro do próximo ano, surge assim no mercado com a tarefa de dar continuidade a um legado que se traduz numa singela palavra: sucesso.
Isto porque o Mégane foi líder absoluto de mercado em Portugal nos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012, sendo também o líder do segmento C em 2013. Em 2015, perdido algum fulgor, deverá ainda assim constar no lote dos três primeiros.
Contudo, na chegada de um novo ano, a Renault aposta forte com a introdução daquele que promete vir a ser um dos pesos pesados do segmento C, mostrando-se amplamente preparado para esgrimir argumentos com os seus mais recentes rivais, nomeadamente o Opel Astra, Volkswagen Golf, Ford Focus e Peugeot 308, entre outros.
Argumentos não lhe faltam: a Renault apresenta neste Mégane uma série de atributos interessantes, a nível de conforto, tecnologia e de eficiência, destacando-se, desde logo, pelo estilo arrojado que lhe permite demarcar-se da multidão, com a marca a preferir romper com o tradicionalismo em vez de simplesmente evoluir o seu conceito de base. O primeiro contacto da Automonitor com o novo Renault Mégane decorreu no evento de apresentação nacional, que coincidiu com um dia caótico de chuva e de trânsito infernal na região de Lisboa… O que limitou dessa forma a quantidade de observações dinâmicas que deste contacto se poderiam aferir.
Pudemos testar duas versões, a GT com o motor 1.6 TCe de 205 cv equipada com a caixa automática de dupla embraiagem EDC de sete velocidades (a unidade a azul nas fotos) e o motor 1.6 dCI de 130 cv associado a caixa manual de seis velocidades (de ‘roupagem’ cinzenta). Tanto num caso, como no outro, uma das primeiras impressões é a de solidez de rolamento, com uma capacidade muito positiva de filtragem das irregularidades do asfalto e compostura a lidar com o piso degradado. A estabilidade é também outro dos seus predicados, revelando bom acerto do chassis. Todavia, uma abordagem mais extensiva só com um ensaio mais completo… de preferência longe do caótico trânsito de uma manhã chuvosa de segunda-feira.
Quanto aos motores, a versão GT com o TCe 205 oferece, desde logo, prestações bastante interessantes, mostrando uma boa aliança com a caixa automática, que é lesta a responder quando necessário. A obtenção de ritmos vivos é fácil. Nota bastante positiva para as patilhas atrás do volante para as passagens de caixa de maior tamanho e não de pequenas dimensões como sucede nalguns casos, naquele que é um bom apontamento por parte da Renault, ou melhor, dos engenheiros da Renault Sport, que ajudaram ao desenvolvimento desta versão.
A este respeito, a versão GT conta com o sistema de eixo direcional traseiro 4Control, que permite uma dinâmica mais contundente, ainda que não tenhamos conseguido comprovar os seus benefícios em estrada.
A variante a gasóleo mostra igualmente boas respostas desde baixos regimes, naquele que é um bom atributo dos blocos da Renault, com acelerações vigorosas e recuperações bem conseguidas.
O interior deu um grande salto qualitativo, apresentando-se agora mais moderno em termos de aspeto e mais acolhedor, com bons materiais e construção de muito bom nível, impressionando pelo rigor de montagem dos diversos painéis. Na consola central destaque para o grande ecrã tátil semelhante a um tablet, a partir do qual os sistemas R-Link2 e Multisense são controlados. Graças a este, o condutor pode escolher diferentes perfis de condução – entre o mais arrojado Sport e o mais ecológico ECO – que alteram amortecimento, climatização, funcionamento da caixa EDC quando disponível, resposta do motor e a sonoridade. É também aqui que surgem agrupados e que podem ser facilmente acessíveis os sistemas de segurança, como o alerta de colisão, alerta de saída de faixa de rodagem, aviso de veículos no ângulo morto ou o sistema auxiliar de estacionamento, que consegue parquear o Mégane de forma autónoma desde que o condutor escolha o modo e o lado.
Em termos de níveis de equipamento, estarão disponíveis os Zen, Intens, GT Line e Bose Edition, além, claro, do GT, que mais do que um nível é uma versão assente nos motores mais potentes a gasolina e diesel.
Apesar de ter sido um primeiro contacto rápido, foi já possível aferir alguns dos atributos desta quarta geração do Mégane. O primeiro desses atributos é o da solidez, que se repercute tanto na construção como na qualidade de rolamento, sobressaindo depois pelo habitáculo mais amplo, pelos 434 litros de capacidade da bagageira e pela ampla gama de sistemas tecnológicos. Com o novo Mégane, a Renault almeja atingir de novo o topo do segmento C e os primeiros indícios mostram uma proposta muito competente.