Regulador chinês promete dar mais acesso ao mercado às empresas privadas

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, o órgão máximo de planeamento económico do país, afirmou hoje que vai ajudar as empresas privadas a “contribuir para as principais metas estratégias do país”.

O mesmo órgão prometeu atualizar a lista de setores restritos ao investimento privado, para facilitar o acesso ao mercado, “o mais rapidamente possível”.

A agência afirmou em comunicado que o setor privado deve contribuir para melhorar “as capacidades de segurança em áreas-chave” e “participar em programas de modernização de equipamento em grande escala e de troca de mercadorias”.

Na mesma nota, a comissão afirmou que continuará a envidar esforços para “garantir um acesso equitativo do setor privado” a setores como as infraestruturas e as instalações nacionais de investigação científica.

O orgão trabalhará ainda com os organismos governamentais para intensificar as medidas regulamentares e aplicar “sanções mais rigorosas” àqueles que se envolvem em “práticas comerciais desonestas”.

De acordo com a comissão, o setor privado “é, desde há muito, a espinha dorsal da economia chinesa”, representando mais de 92% das empresas do país, e desempenha “um papel fundamental em termos de inovação”, uma vez que fornece mais de 92% das suas empresas de alta tecnologia.

A declaração surge depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter realizado um simpósio com os líderes das principais empresas tecnológicas do país, naquilo que a imprensa oficial descreveu como uma demonstração de apoio a um setor que, nos últimos anos, tem estado no centro das atenções, face às medidas regulamentares tomadas pelas autoridades.

Entre os empresários presentes encontravam-se os presidentes executivos da Xiaomi, BYD e Huawei, bem como o fundador do gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba, Jack Ma, num aparente sinal de reconciliação após anos de problemas entre o governo e o outrora homem mais rico do país.

Também esteve presente o fundador da plataforma de inteligência artificial (IA) DeepSeek.

Os especialistas interpretaram o evento como uma aproximação ao setor, no meio da luta entre Pequim e Washington pela liderança no domínio da inteligência artificial (IA) e das suas fricções comerciais, mas também para relançar a economia do país: a China atingiu o seu objetivo de crescimento anual de 5% em 2024, mas continua a sofrer de uma fraca procura interna e de uma grave crise imobiliária.