Regresso às aulas com falta de professores faz disparar procura por explicações. Preços sobem média de 6%
O arranque do novo ano letivo ficou marcado pela falta de professores a algumas disciplinas, bem como protestos convocados por várias estruturas sindicais do setor da educação e, perante esta realidade, associada ao habitual movimento do regresso às aulas, houve na semana de 11 a 17 de setembro (primeira semana de aulas) um crescimento na procura de explicadores.
Segundo indica a plataforma Fixando, em comunicado, foi registada nesta plataforma um crescimento de 112% na procura de explicadores e aulas particulares, face à semana anterior ao começo das aulas.
As explicações para várias disciplinas são as que registaram um maior aumento, com um crescimento de 212% no período em análise e que representaram 49% dos pedidos registados na Fixando, seguidas pelas explicações de matemática para 3º ciclo (9% dos pedidos), matemática para o ensino secundário (7%) e biologia (7%). Nos pedidos para explicações de várias áreas, a matemática (29%) e o português (21%) são as disciplinas mais requisitadas, transversais a todos os ciclos de ensino.
Ainda, segundo a plataforma, os alunos do ensino secundário representam 55,4% dos pedidos de explicações recebidos na plataforma, seguindo-se o ensino superior (20,2%) e o 3.º ciclo do ensino básico (11,6%).
Em 41% dos casos os encarregados de educação procuram aulas particulares uma vez por semana, e em 11% duas vezes por semana, ainda que cerca de metade (48%) admita não saber qual a frequência ideal de explicações por semana.
O motivo mais apontado para a procura deste serviço é a melhoria das notas escolares (73%).
Também os preços praticados neste setor aumentaram, cerca de 6% face aos cobrados em 2022. Isto significa que o preço por aula particular aumentou de 16 para 17 euros.
O valor varia conforme a área de estudos, sendo que em inglês, disciplina com grande falta de professores, o preço médio de uma aula particular disparou dos 12 euros, em 2022, para 19 euros, este ano.
“Falamos de um setor que, apesar de ser pouco afetado pela inflação, tem verificado um aumento constante da procura e, por isso mesmo, é natural que se verifique uma ligeira subida dos preços de aulas particulares”, explica Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando.