Reduzir a iluminação e geradores: Bancos na Europa preparam-se para enfrentar a crise energética e garantir que a economia não se apaga

Os governos, as populações e as empresas na Europa estão a adotar medidas e comportamentos para reduzir o consumo de energia no continente, à medida que cada vez menos combustíveis fósseis fluem da Rússia.

Alguns observadores e líderes políticos já alertaram que o inverno que se aproxima poderá ser um dos mais frios dos últimos tempos, visto que uma crise energética ganha cada vez mais força na União Europeia, muito devido à guerra na Ucrânia.

Assim, poupar energia e evitar gastos desnecessários são tarefas que cabem a todas as dimensões das sociedades europeias, e o setor financeiro não é exceção. Para garantir que o dinheiro continua a fluir e a dinamizar a economia na Europa, vários grandes bancos a operar na Europa estão a implementar medidas para reduzir as faturas da energia.

Gianluca Pescaroli, especialista da University College London, confessa à ‘Reuters’ que “a minha principal preocupação prende-se com os efeitos em cascata na sociedade derivados da falha das caixas multibanco ou das transações digitais”. E indica também que os bancos de hoje são altamente dependentes da internet para as suas operações, pelo que falhas na eletricidade poderão ter efeitos bastante negativos na vida de todos.

O banco norte-americano JPMorgan, que tem uma forte presença na Europa, especialmente no Reino Unido e na Alemanha, tem realizado simulacros de apagões para se preparar para cenários que poderão ser bem reais. Fonte da instituição conta que há planos para ativar geradores a diesel que poderão alimentar alguns escritórios principais durante vários dias.

Na Itália, o UniCredit, o segundo maior banco do país, tem estado a testar a sua capacidade para fazer frente a possíveis cortes elétricos. Sabe-se que os dois principais centros de dados do banco são alimentados por duas centrais elétricas distintas. Assim, se uma falhar, o outro centro de dados deverá manter-se operacional.

Por outro lado, o Euronext, que gere as bolsas de valores de França e de Itália, também já tem em cima da mesa planos para recorrer a geradores.

Além da preparação em caso de falhas elétricas, diversos bancos estão desde já a procurar cortar nos consumos desnecessários e reorganizar o funcionamento das suas várias representações.

O Deutsche Bank diz ter planos para reduzir em 4,9 milhões de quilowatts por hora o consumo anual nos seus mais de 1.400 edifícios na Alemanha. Essa poupança equivale ao consumo de cerca de 49 mil lâmpadas no espaço de uma hora.

Além disso, o banco alemão está também a desligar a água quente nas suas casas de banho, a regular mais eficientemente a climatização dos espaços de trabalho, a desligar a iluminação interior das suas sucursais durante a noite, bem como a iluminação publicitária no exterior.

Também a fonte em frente à sua sede em Frankfurt será desativada.

Já a seguradora Zurich, da Suíça, afirma que está a reduzir a iluminação nos seus escritórios e a desligar todas as decorações que consumam energia, como fontes. Se a situação for mais grave, a Zurich diz ter planos para concentrar os trabalhadores em apenas alguns pisos dos seus edifícios e encerrar, por exemplo, os ginásios da empresa.

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