
Quase metade das exportações portuguesas para os EUA escapam às tarifas de Trump
Portugal ‘exportou’ 5.318 milhões de euros em 2024 para os EUA, sendo que 44,5% (2.365 milhões) estão foram do âmbito das novas tarifas de Donald Trump, indicou esta terça-feira o jornal ‘Público’, citando dado da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal).
No entanto, as contas podem mudar se o presidente americano avançar com a intenção de ‘taxar’ os medicamentos em 10%: neste setor, foram vendidos 1.167 milhões de euros para o mercado americano no ano passado. Podem ainda somar-se “óleos leves e preparações de petróleo” da Galp Energia – a principal exportadora para os EUA -, com 1.030 milhões de euros.
“Uma vez que a estrutura da pauta aduaneira dos EUA apenas é idêntica à da UE até aos seis dígitos, a análise foi efetuada nessa base, pelo que os valores apresentados poderão estar sobrevalorizados”, sublinhou fonte do organismo.
Das 4.255 empresas portuguesas que exportaram para os EUA no ano passado, 15% dependiam a 100% deste mercado nas suas vendas para o exterior, um valor mais elevado se for tido em consideração o valor em vendas. Estas 624 empresas foram responsáveis por exportações de 968 milhões de euros (18% do total), já outras 645 empresas dependem entre 50 e 99% dos EUA, em mais de mil milhões de euros.
De acordo com o Banco de Portugal, uma forma de medir o grau de exposição às novas medidas dos EUA passa por “calcular a percentagem de empresas exportadoras em cada sector da indústria transformadora para as quais o mercado dos EUA representa mais de 10% do valor das vendas totais”.
Segundo o banco central, “a percentagem de empresas exportadoras nessa condição é próxima de 12% nos setores da fabricação de têxteis, 11,5% na fabricação de outros produtos minerais não metálicos (que incluem vidros e porcelanas) e de 10% na indústria das bebidas”. Isto faz com que estes sejam os “setores mais diretamente expostos ao aumento das tarifas”.