Putin acusa Ocidente de querer um “mundo unipolar” e elogia China por “posição equilibrada” face à guerra na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, esteve reunido esta quinta-feira com o homólogo chinês, Xi Jinping, no Uzbequistão, na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, um encontro que está a ser olhado como um fortalecimento da relação entre os dois países contra o Ocidente.

O líder do Kremlin terá dito a Xi Jinping, na primeira reunião dos dois Chefes de Estado desde que a guerra começou, que “tentativas para criar um mundo unipolar têm recentemente adquirido uma forma horrenda e são totalmente inaceitáveis”, cita a imprensa internacional.

Num tom um pouco diferente, Putin agradeceu “a posição equilibrada dos nossos amigos chineses relativamente à crise ucraniana”, reconhecendo as “questões e preocupações” manifestadas por Pequim sobre o conflito.

Por seu lado, a China assumiu o seu compromisso para ajudar a Rússia a “assumir a sua responsabilidade como uma grande potência, a desempenhar um papel de liderança e a injetar estabilidade e energia positiva num mundo assolado pelo caos”.

De recordar que a China tem procurado manter uma distância considerável, e estratégica, face à guerra da Rússia contra a Ucrânia, mas tem expressado alguma preocupação sobre os impactos do conflito na economia global, da qual está altamente dependente para se manter como a segunda maior economia do mundo.

Pequim não forneceu a Moscovo qualquer apoio material para evitar ser alvo de sanções económicas ocidentais que poderiam ser significativamente lesivas para um país que procura ainda recuperar dos impactos da pandemia de Covid-19, especialmente devido à sua política de “tolerância zero” que tem colocado em confinamento milhares de chineses em várias cidades e regiões, com efeitos negativos ao nível da produtividade do país.

Ainda assim, apesar de a falta de apoio explícito da China sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, Putin não se coibiu de já expressar publicamente que apoia as reivindicações chinesas sobre o Estado insular de Taiwan, afirmando que “tencionamos respeitar firmemente o princípio de ‘Uma só China’”.

Além disso, condenou o que considera serem as “provocações dos Estados Unidos e dos seus satélites no Estreito de Taiwan”.

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