PSI: Lucros e valor dos dividendos das cotadas na praça de Lisboa atingiram novos máximos em 2023

No ano passado, quer os lucros obtidos, quer o valor dos dividendos das cotadas na bolsa de Lisboa correspondem a novos máximos anuais.

De acordo com os dados da Maxyield, os resultados líquidos (lucros) obtidos em 2023 pelo conjunto das sociedades cotadas, em contexto de IFRS, atingiram 5.643 milhões de euros, representando um crescimento anual de 6,4%.

Os números mostram que todas as sociedades cotadas que integraram o PSI, tiveram resultados positivos em 2023, mas metade baixaram o nível de lucros relativamente ao ano anterior.

Sublinham a forte evolução verificada no BCP, Mota-Engil, CTT e EDP com taxas de crescimento superiores a 40%. Em sentido oposto encontram-se a Altri, EDP Re nováveis, Greenvolt, Navigator e Semapa com taxas de diminuição superiores a 20%.

O BCP, a Galp e o universo BCP representam 57,6% dos resultados de 2023.

Já os dividendos em numerário e espécie que se encontram propostos atingem 2.837 milhões de euros, que representa um aumento de 0,8% relativamente ao ano anterior e passa a constituir um novo máximo anual.

Os dividendos a distribuir em 2023 correspondem a um payout, rácio que estabelece a relação dividendo base/ lucro apurado em contas consolidadas, de 50%, contra 53% relativamente ao exercício anterior.

“A estabilidade da remuneração acionista é parcialmente explicada pela estabilização do valor dos dividendos por ação, praticada por importantes sociedades cotadas designadamente EDP, Galp, REN e Sonae”, explica a Maxyield, acrescentando que, “em sentido inverso encontra-se o BCP que aumentou significativamente o dividendo, ajudando a «compensar» as diminuições de dividendos ocorridas em diversas sociedades”.

A Greenvolt é a única sociedade que não distribui dividendos, face ao ciclo de vida em que se encontra e exigências financeiras de expansão.

Os especialistas sublinham ainda que se assiste recentemente à adoção no mercado português de outras formas de remuneração acionista designadamente buy back (compra de ações próprias) praticado pela Galp e CTT ou pagamento através de novas ações da própria sociedade proposta pela EDP Renováveis.