PSI 20 com ‘tímido crescimento’ em agosto atrasa-se na recuperação bolsista
No final de agosto o índice bolsista português, PSI 20, atingiu o valor de 4301 representando “um tímido” aumento mensal de 0,1% após a quebra de -2,2% ocorrida no mês de julho, segundo dados da Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas.
.O dinamismo do PSI 20 verificado nas duas primeiras semanas de agosto, deu origem a uma trajetória inversa na segunda quinzena, terminando o mês ao nível do final de julho.
A tendência de crescimento ao longo do segundo trimestre foi interrompida pelo segundo mês consecutivo, o que indicia “fraqueza e debilidade no processo de recuperação do ‘crash’ bolsista”, salientam os analistas. Contudo, referem que não se repetiu o tradicional comportamento negativo verificado no mês de agosto dos últimos três anos.
Especificamente sobre agosto, a sua análise destaca, pela positiva, o comportamento da Sonae Capital, Mota-Engil e CTT, com variações positivas relevantes. No sentido oposto, a Pharol e a NOS constituem referências negativas com uma diminuição percentual superior a 9%.
O índice PSI 20 tem uma variação anual de -17,5% relativamente a 31 de dezembro / 2019, e apenas as sociedades emitentes EDP, EDP Renováveis, NOVABASE e Pharol apresentam em 2020 crescimento anual das suas cotações.
Expectavelmente, as empresas com modelos de negócio mais expostos à pandemia, foram afetadas de forma muito intensa e com consequências mais severas, designadamente BCP, Semapa, GALP, Navigator, Sonae SGPS e Ibersol, com diminuição anual das cotações superior a -30% no final do mês de Agosto.
Relativamente ao ponto mais baixo do crash bolsista (19 de março / 2020) em que o PSI 20 atingiu o valor de 3596, verifica-se no final de julho um aumento de 19,6% relativamente àquele mínimo.
Portugal acompanha a tendência bolsista europeia
Segundo os analistas, a evolução do PSI20 enquadra-se na tendência de recuperação bolsista europeia, nomeadamente à tendência evolutiva dos índices europeu STOXX600 e britânico FTSE100.
O índice alemão DAX 30 destaca-se positivamente «descolando» do índice europeu STOXX600. Em sentido contrário encontra-se o IBEX35 cujo afastamento do STOXX600 se mantém de forma persistente.
Desde o ‘crash’ bolsista, até final do mês de maio o PSI 20 revelou um dinamismo assinalável, no entanto, a partir do mês de maio, apresenta uma grande estabilidade, à semelhança dos índices europeus, revelando uma fraqueza na capacidade de recuperação.
Europa em recuperação lenta
Os referidos índices europeus que evidenciaram em junho e julho dificuldades no processo de recuperação bolsista, apresentam em agosto uma evolução tendencialmente positiva, merecendo destaque o índice alemão DAX 30.
A informação económica relativa ao segundo trimestre, a recuperação lenta das economias europeias, o atraso na resposta europeia aos efeitos da pandemia e os receios de segunda vaga, ajudam a explicar a performance do índice europeu STOXX600 e britânico FTSE100.
Relativamente ao ponto mais baixo do crash bolsista, o STOXX600 apresenta um aumento de 31,9% no final de agosto(1).
EUA: S&P500 e NASDAQ atingem novos máximos anuais
Os EUA lideram o processo de recuperação internacional dos mercados bolsistas, sendo que o S&P500, índice composto pelas maiores 500 sociedades cotadas na NYSE e o NASDAQ, apresentam uma evolução mais rápida e mais acentuada que os índices europeus.
Relativamente ao ponto mais baixo do ‘crash’ bolsista, o S&P500 cresceu 56,8% até o final de agosto (1) e neste mês apresentou uma recuperação total relativamente ao anterior máximo.