
Provas-ensaio dos 4.º, 6.º e 9.º anos arrancam esta segunda-feira sob ameaça de greve de professores
Arrancam esta segunda-feira as provas-ensaio para alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos, um teste à transição para o formato digital das futuras avaliações externas. Estas provas não têm impacto na avaliação dos alunos, mas visam familiarizá-los com a realização de exames em suporte digital e permitir que as escolas testem a sua capacidade tecnológica, organizativa e logística.
Durante a primeira semana, os alunos realizam provas de Português, Português Língua Não Materna e Português Língua Segunda. Na segunda semana, será a vez das provas de História e Geografia de Portugal e de Inglês, seguindo-se, na terceira semana, os testes de Matemática, Estudo do Meio e Ciências.
A calendarização específica dentro destes períodos fica ao critério de cada escola, permitindo ajustes consoante as necessidades locais. O objetivo é garantir que todas as instituições de ensino tenham oportunidade de testar as condições necessárias para a digitalização das provas.
Testes preparam transição para provas digitais no final do ano letivo
Além de permitirem que os alunos se habituem ao novo formato de avaliação, as provas-ensaio servem para identificar eventuais problemas técnicos e organizativos, que poderão ser corrigidos pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação antes da realização das provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA), marcadas para decorrer entre 19 de maio e 6 de junho no final do 1.º e 2.º ciclos.
Já as provas finais do 3.º ciclo, que assumem um peso na avaliação dos alunos do 9.º ano, estão previstas para acontecer entre 20 e 25 de junho. A transição para o formato digital é uma das grandes mudanças planeadas para estas avaliações, tornando essencial a realização dos ensaios.
As provas-ensaio decorrem até ao próximo dia 28 de fevereiro, permitindo às escolas avaliar a sua preparação e testar o equipamento informático necessário.
Sindicato STOP inicia greve contra provas-ensaio
O arranque das provas-ensaio coincide com o início de uma greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.), que contesta a realização destes testes e recusa a participação dos professores em qualquer trabalho associado.
A paralisação abrange todas as funções ligadas às provas, incluindo a sua aplicação, vigilância, supervisão e serviços administrativos relacionados. O sindicato argumenta que estas provas não têm qualquer propósito real e apenas aumentam a carga burocrática sobre os docentes, sem benefícios evidentes para o sistema educativo.
O S.TO.P. critica ainda a criação de uma “bolsa solidária” de docentes para corrigir as provas, considerando que esta solução não resolve os problemas estruturais do setor nem compensa o esforço adicional exigido aos professores.
A greve manter-se-á até ao final das provas-ensaio, a 28 de fevereiro, podendo afetar a normal realização dos testes em várias escolas do país.