Professores concentram-se esta manhã à porta do primeiro-ministro para exigir soluções para os problemas do setor
Os professores vão reunir-se esta manhã, a partir das 11h30, diante da residência oficial do primeiro-ministro: o protesto, organizado em convergência entre nove organizações sindicais de docentes: Aspl, Fenprof, Fne, Pró-Ordem, Sepleu, Sinape, Sindep, Sipe e Spliu. No âmbito da concentração realiza-se um plenário com intervenção das organizações promotoras sendo, no final, colocada à votação uma moção a entregar a António Costa.
Entre as principais reivindicações está a falta de professores na escolas, “principalmente nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, problema que se poderá estender ao restante território, pelo menos em algumas disciplinas, à medida que o ano letivo avance e milhares de docentes se aposentem”, referiu em comunicado a organização sindical.
“À falta de professores não são alheios problemas como, entre outros: a desvalorização dos salários decorrente de atualizações de valor inferior ao da inflação e muito por força da não contagem do tempo de serviço cumprido para efeitos de enquadramento na carreira; a especulação a que hoje se assiste no custo da habitação, bem como o elevado custo dos combustíveis, não existindo apoios que permitam a deslocação dos docentes para áreas distantes da sua residência e eventual fixação; a precariedade e instabilidade que não foram resolvidas com o modelo de concurso em vigor; a recusa de mobilidade por doença a docentes que se veem obrigados a recorrer a baixa médica; as condições de trabalho, desde logo os horários, que são esmagadores, ultrapassando largamente os limites legalmente estabelecidos; o envelhecimento da profissão e, por esse motivo, a existência de um maior número de situações de doença, numa profissão em que o Estado não aplica as regras que vigoram sobre Saúde e Segurança no Trabalho”, frisou.
De acordo com a plataforma, não é exigível que “tudo se revolva de uma só vez”, “mas não abdicam de discutir e negociar soluções que deem resposta aos problemas até ao final da atual legislatura, contestando a indisponibilidade do ME/Governo para processos negociais em torno dos aspetos acima referidos. O Ministro da Educação, repetidamente, afirma que reúne com as organizações sindicais, contudo, os problemas não se resolvem só por se realizarem reuniões, é necessário que delas resultem soluções, o que não tem acontecido”.
Recorde-se que a estrutura sindical tem já agendada uma greve nacional para o dia 6 de outubro, esta sexta-feira.