Produção industrial global em desaceleração mergulha no choque da pandemia da covid-19

O crescimento global da produção que já estava a desacelerar em 2019 devido às tensões comerciais
entre as economias dominantes deverá diminuir ainda mais devido às quebras económicas provocadas pela pandemia da covid-19.

Segundo a análise “Como está a covid-19 a mudar o mundo: uma perspectiva estatística”, lançada recentemente pelo Eurostat, este é o cenário que enfrentam os grupos de países afetados não só pela própria pandemia como pelos bloqueios económicos que esta viria a originar nos primeiros meses do surto (ainda que mais acentuado a partir de março).

Ao longo do ano de 2019, a produção mundial foi sofrendo um declínio consistente, particularmente sentido pelos países especialmente industrializados, os quais registaram uma assinalável contração da produção.

A China ainda apresentou taxas altas de crescimento trimestral, em muitos casos de mais de 5% no final do ano, contudo, nos dois primeiros meses de 2020, mostrou uma forte redução da produção, o que pode ser explicado, ainda assim, pelas celebrações do Ano Novo Chinês (assinalado no final de janeiro de 2020), mas também pelo início do bloqueio em Wuhan e outras regiões para conter o vírus. Resta saber, quão rápido a China vai recuperar das perdas registadas durante o primeiro trimestre de 2020.

Para os países industrializados, agregados nos grupos dos Estados Unidos, Europa e Ásia Oriental, os impactos da covid-19 não podem ser medidos com o dados mais recentes de fevereiro de 2019, atendendo a que a maioria dos países iniciou as restrições económicas em março.

No entanto, esses países começaram o ano de 2020 com novas reduções na produção industrial que incontornavelmente serão amplamente reforçadas por força das medidas para combater a covid-19 implementadas pelos países até agora.

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