Processo de abuso de posição dominante da Google começa hoje. Tecnológica terá alegadamente criado um monopólio
Tem hoje início o processo contra a Google e as suas práticas no mercado da tecnologia publicitária. No centro da disputa está a acusação de que a gigante tecnológica teria utilizado a sua posição dominante para criar um monopólio nos serviços de tecnologia de anúncios, impactando diretamente a forma como as marcas compram publicidade online. O caso será julgado sem a presença de jurados.
O resultado do julgamento poderá ter consequências significativas, incluindo a possível divisão de partes do negócio da Google, que são amplamente utilizadas por editores e anunciantes para a gestão de operações de publicidade digital.
O Departamento de Justiça dos EUA, juntamente com vários estados norte-americanos, alega que a Google consolidou a sua posição no mercado através de fusões anticoncorrenciais, intimidando editores e anunciantes a utilizarem os seus produtos.
Em antecipação ao julgamento, foram divulgados documentos internos da Google que revelam como a Google, sediada na Califórnia, posicionou-se para manter a competitividade em relação a concorrentes como o Facebook e acompanhar as inovações na publicidade programática. Eles também mostram as receitas geradas por alguns dos principais produtos da empresa no setor de tecnologia publicitária, incluindo o Google Ad Manager, o Display and Video 360 (DV360) e o Google Ads.
Segundo os dados, em 2020, o Google Ad Manager faturou 7,4 mil milhões de dólares (cerca de 6,6 mil milhões de euros), gerando 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,3 mil milhões de euros) de lucro. O DV360 obteve 2,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,9 mil milhões de euros) em receitas, com um lucro líquido de 438 milhões de dólares (cerca de 395 milhões de euros). Já o Google Ads registou 2,6 mil milhões de dólares (cerca de 2,3 mil milhões de euros) em receitas totais e 2,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,9 mil milhões de euros) em lucro líquido.
No total, esses negócios geraram 12,2 mil milhões de dólares (aproximadamente 11 mil milhões de euros) em receitas e 4,1 mil milhões de dólares (cerca de 3,7 mil milhões de euros) em lucros líquidos para a empresa.