Preços dos metais disparam. Construção civil portuguesa abranda
A montanha russa das matérias-primas promete ainda dar mais algumas voltas. O zinco subiu 6,9% na London Metal Exchange, enquanto a bitola, um dos seis metais industriais fechou em máximos de sempre.
Hoje, o preço do Zinco subiu 3,2% para 3.506,50 dólares por tonelada na London Metal Exchange, a partir das 14h34 de Lisboa. Em Xangai, os preços subiram 7,1%, o seu limite diário, para 25.700 yuan por tonelada.
O alumínio, uma das mercadorias com maior intensidade energética, está no valor mais alto desde 2008.
O cobre aproximou-se da marca dos 10 mil dólares por ‘tonelada’, e os spreads apontam para um mercado sufocado. A venda à vista de cobre está a ser negociada com o maior prémio sobre futuros em quase uma década, à medida que a procura supera a oferta.
Esta “montanha russa” está a afetar sobretudo o setor da construção civil, um pouco por todo o mundo. Em Portugal, as construtoras estão a recorrer ao regime da “resolução ou modificação do contrato por alteração das circunstâncias” quer para obras contratas com o Estado, e portanto recorrendo ao Código dos Contratos Públicos, quer nas empreitadas acordadas com particulares, através do Código Civil. Tanto num caso como noutro, o setor queixa-se da “subida abrupta das matérias” e da necessidade da flexibilidade de mão de obra, avança o jornal Público. Esta situação pode afetar a nova onda de obras, financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Esta situação já teve reflexo no Índice de Produção na Construção – anotado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) cresceu 2,6% em agosto, em termos homólogos, desacelerando 1,6 pontos percentuais (p.p.) face ao observado no mês anterior.
Por segmentos, a Construção de Edifícios subiu 0,1% (1,2% em julho) e a Engenharia Civil desacelerou 2,5 p.p., para 6,5%.
Quanto aos índices de emprego e de remunerações, em agosto, registaram variações homólogas de, respetivamente, 1,6% e 5,8% (variações de 2,0% e 5,6% no mês anterior).
De acordo com o INE, os mesmos índices caíram 0,2% e 11,3%, respetivamente (0,2% e -11,5% em agosto 2020), em relação a julho, seguindo a tendência da Zona Euro no último mês.