
“Posso ter um canguru?”: Navalny provoca prisão russa com pedidos bizarros
Alexei Navalny, o líder da oposição mais famoso da Rússia, partilhou esta sexta-feira, nas redes sociais, diversas cartas no qual mostrou a forma como faz pouco das autoridades penitenciárias nos últimos meses com uma série de pedidos bizarros – incluíam um quimono, uma balalaica, um besouro e até… um canguru.
I guess I might need your help, mates @AlboMP , @PosolAustralia https://t.co/afzSlDbpCH
— Alexey Navalny (@navalny) June 2, 2023
Os pedidos foram sucessivamente rejeitados pela colónia penal de segurança máxima IK-6 em Melekhovo, a cerca de 250 quilómetros a leste de Moscovo, de acordo com os posts. “Quando se está numa cela e não há muito entretenimento, pode-se sempre divertir a corresponder com a administração da prisão”, garantiu Navalny, que cumpre 11 anos e meio de prisão por fraude e desacato ao tribunal.
Nas cartas pôde ler-se os pedidos de Navanlvy eram transversais: uma garrafa de aguardente, um bastão, duas bolsas de tabaco barato, assim como um cinto preto de judo. Na correspondência é revelado as condições do sistema prisional russo: Navalny chegou mesmo a pedir um megafone para um condenado com doença mental, que se encontra na cela oposta, para que “ele pudesse gritar ainda mais alto” e que as autoridades prisionais concedessem o 10º dan em karaté a um prisioneiro que terá morto um homem com as suas próprias mãos. Ambos os pedidos foram recusados.
“A questão de conceder qualificações em artes marciais orientais não é tratada pela administração”, escreveu a prisão. Já sobre o canguru, “o animal identificado no seu pedido refere-se ao marsupial de crista dupla. O seu pedido foi deixado sem satisfação”. Houve também um pedido de uma cadeira de massagem para um líder prisional, sugerindo que poderia ajudar a reduzir o stress – a prisão escreveu que este material não era fornecido.
Navalny perguntou sobre os nomes dos cães de guarda usados na prisão, sendo que os responsáveis sublinharam que não poderia dar essa informação – Navalvy foi informado pelos guardas que o conhecimento dos nomes dos cães poderia permitir que fizesse amizade com os animais e tentasse escapar. Por último, o besouro, igualmente recusado. “O inseto identificado no seu pedido pertence ao reino animal”, finalizou a prisão.