Portugueses não se importariam se 75% das marcas desaparecessem e pedem que empresas contribuam mais para os problemas da sociedade

Os consumidores estão cada vez mais conscientes dos impactos da crise no seu quotidiano e estão a exigir mais das marcas. 73% dos portugueses concordam que as empresas têm o poder e a responsabilidade de abordar questões globais, como resultado direto da policrise.

Na mais recente edição do estudo Meaningful Brands, conduzido pela Havas Media Network, os dados revelam uma desconexão significativa entre as preocupações pessoais e globais dos consumidores. Enquanto 91% dos entrevistados identificam a crise ambiental como a questão mais urgente globalmente, as preocupações pessoais centram-se na crise económica.

Assim, 54% dos entrevistados expressam o desejo de que as empresas dediquem mais esforços para ajudar os clientes, indo além da simples venda de produtos ou serviços.

Os consumidores estão cada vez mais a atribuir responsabilidades às marcas na resolução dos desafios económicos, posicionando-as como o segundo stakeholder mais importante, após as entidades governamentais. No entanto, muitos consumidores expressam insatisfação com a capacidade das marcas em corresponder a essas expectativas, chegando a afirmar que não se importariam se 75% das marcas desaparecessem.

A falta de confiança nas marcas está diretamente relacionada com a lacuna entre as expectativas dos consumidores e a performance real das empresas. Por exemplo, embora 84% dos portugueses esperem transparência sobre os compromissos das marcas, apenas 22% acreditam que as marcas são verdadeiramente transparentes.

Essa exigência crescente dos consumidores estende-se à promoção de um mundo melhor e ao bem-estar individual. A maioria dos entrevistados espera que as marcas desempenhem um papel mais ativo na sua saúde e bem-estar, assim como na promoção do bem-estar da sociedade e do planeta.

Além disso, os consumidores portugueses estão a assumir uma crescente auto-responsabilização na resolução das crises política, económica e ambiental, ao lado das entidades governamentais.