Portugal de pé no travão: CFP prevê desaceleração da atividade económica e da criação de emprego

Nas suas Perspetivas Económicas e Orçamentais até 2027, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) aponta para uma desaceleração da atividade económica e da criação de emprego em Portugal.

A projeção macroeconómica do organismo aponta para uma “desaceleração expressiva” da atividade económica de 5,5 pontos percentuais para 1,2% em 2023, quando o valor se situava em 6,7% em 2022.

Esta desaceleração é o resultado da redução quer no contributo da procura interna, quer no contributo das exportações líquidas.

“No médio prazo, em políticas invariantes, perspetiva-se que a atividade económica convirja para valores em torno do crescimento do produto potencial (1,7%)”, consideram.

No que respeita ao mercado de trabalho, O CFP antevê que o ritmo de criação de emprego deverá desacelerar em 2023, para 0,2%, e recuperar, em 2024, para 0,4%, “em linha com a dinâmica antecipada para a atividade económica”.

Por outro lado, a taxa de desemprego deverá aumentar para 6,4% em 2023, e permanecer nesse valor em 2024, “refletindo a manutenção de uma trajetória de ligeiro aumento na taxa de participação no curto-prazo, em linha com a evolução recente desse indicador”.

A médio prazo, o organismo que fiscaliza o cumprimento das regras orçamentais em Portugal prevê a manutenção do emprego e a redução gradual da taxa de desemprego até 5,8% da população ativa, refletindo as dinâmicas demográficas.

O CFP sublinha na sua análise que este documento foi finalizado antes dos recentes desenvolvimentos em instituições bancárias nos EUA e na Suíça, bem como da mais recente decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que anunciou uma subida de mais 50 pontos-base nas suas taxas de juro.

Ler Mais