
Portugal à frente na lista dos destinos mais procurados por nómadas digitais em 2025
À medida que o trabalho remoto se torna cada vez mais acessível, países em todo o mundo estão a adaptar-se para atrair nómadas digitais. Com vistos específicos, isenções fiscais e infraestruturas pensadas para quem trabalha remotamente, muitos destinos europeus destacam-se como preferidos para 2025.
Estudos recentes, como os da Lonely Planet, Nomad Capitalist e Flatio, apontam que Portugal, Geórgia e Hungria estão entre as escolhas mais populares para quem procura conciliar qualidade de vida, acessibilidade e boas condições de trabalho remoto.
Portugal tem sido presença constante no topo dos rankings internacionais e, este ano, não é exceção. O país foi eleito pela Lonely Planet como o melhor destino para nómadas digitais, e a plataforma Nomad Capitalist também o incluiu na sua lista de 14 países ideais para trabalho remoto.
Lisboa, em particular, é uma das cidades mais elogiadas. A plataforma de alojamento Flatio classificou-a como a melhor cidade do mundo para nómadas digitais, destacando o seu “charme histórico combinado com comodidades modernas”, o que a torna um “ímã para profissionais digitais que procuram inspiração e conveniência”.
A Lonely Planet sublinha que Lisboa tem vindo a atrair “jovens empreendedores e artistas de todo o mundo”, oferecendo uma combinação de preços relativamente acessíveis – quando comparados com outras capitais da Europa Ocidental – e uma vasta rede de cafés, espaços de coworking e eventos sociais para nómadas digitais.
No entanto, o sucesso do país neste setor tem também um impacto negativo. O crescente número de trabalhadores remotos estrangeiros tem pressionado o mercado imobiliário, tornando as rendas mais caras e afetando o acesso da população local a habitação e serviços comunitários.
Ainda assim, há muitas outras cidades e vilas portuguesas que procuram investimento e que podem ser uma alternativa viável para quem quer evitar Lisboa e o Porto. A Lonely Planet sugere que os nómadas digitais considerem “cidades mais pequenas que poderiam beneficiar de um aumento do investimento”.
Espanha aposta na diversidade cultural e no apoio aos nómadas digitais
Espanha continua a ser um dos países mais populares para trabalho remoto, beneficiando de um visto para nómadas digitais que exige um rendimento mínimo relativamente acessível. Segundo a Nomad Capitalist, “de Barcelona a Madrid e até Bilbau, Espanha é o lar de uma vibrante comunidade de expatriados”.
A Lonely Planet, que colocou Espanha na quinta posição do seu ranking, realça que, além das grandes cidades, as Ilhas Canárias – especialmente Tenerife – tornaram-se um centro em crescimento para nómadas digitais, graças ao seu clima ameno, vinhos famosos e boas condições para o surf.
Embora cidades como Barcelona estejam a sofrer um impacto semelhante ao de Lisboa, com uma crescente sobrecarga de trabalhadores remotos, outras regiões espanholas ainda procuram atrair mais investimento estrangeiro.
Geórgia torna-se um polo internacional para trabalhadores remotos
A Geórgia tem vindo a afirmar-se como um dos destinos mais atrativos para nómadas digitais. O país destaca-se pelo seu ambiente favorável aos negócios, regime fiscal acessível e políticas de imigração flexíveis.
A Nomad Capitalist considera a Geórgia um dos melhores países para trabalho remoto, salientando que cidadãos de mais de 90 países podem permanecer no território até um ano sem necessidade de visto. Tbilissi, a capital, é o principal destino escolhido pelos nómadas digitais, oferecendo “um ambiente carismático que combina arquitetura moderna e antiga, espaços de coworking bem projetados e uma comunidade internacional em crescimento”.
A Lonely Planet colocou a Geórgia na oitava posição da sua lista, descrevendo Tbilissi como um “polo internacional”. Para quem prefere estar mais próximo do mar, a cidade de Batumi, na costa do Mar Negro, surge como uma alternativa mais tranquila.
Hungria atrai nómadas digitais com baixos custos de vida
Budapeste, a capital da Hungria, tem ganho popularidade entre trabalhadores remotos, especialmente devido ao seu custo de vida acessível e qualidade de vida elevada.
A seguradora de viagens InsureMyTrip classificou a cidade em terceiro lugar na sua lista global, destacando a arquitetura única e as mais de 590 atrações disponíveis, incluindo paisagens deslumbrantes e igrejas históricas. Além disso, Budapeste obteve uma pontuação elevada em termos de segurança e oferta gastronómica.
A Flatio também incluiu Budapeste no seu top cinco, apontando que “a arquitetura deslumbrante, a vida social vibrante e a acessibilidade tornam Budapeste num destino perfeito para trabalhadores remotos em 2025”. A cidade oferece ainda um equilíbrio entre produtividade e lazer, com espaços de coworking dinâmicos e atrações culturais como os famosos banhos termais.
O interesse por destinos europeus como Portugal, Espanha, Geórgia e Hungria reflete uma tendência crescente de trabalho remoto e nómadas digitais. No entanto, o impacto desta migração de profissionais internacionais levanta desafios significativos, como o aumento do custo da habitação e a pressão sobre os serviços locais.
À medida que mais países criam políticas para atrair trabalhadores remotos, a questão do equilíbrio entre crescimento económico e impacto social continuará a ser um tema central no debate sobre o futuro do trabalho digital.