Pode o yoga do riso levá-lo ao topo?

Gestor emocional” parecem ser as buzzwords do momento. E não sou eu que o digo. Quem acompanha de perto os debates sobre economia global e mercado de trabalho, a inteligência emocional e a sua importância no contexto profissional, cada vez mais exigente e competitivo, tem-se mantido um dos grandes temas dos últimos anos. Sobretudo em áreas como a Gestão, cujas saídas profissionais estão associadas a elevados níveis de stress e ansiedade, duas das mais graves patologias no novo século, que podem levar ao burnout. Por isso o ISAG – European Business School (EBS) desenhou este ano o Programa de Desenvolvimento de Competências Sociais e Pessoais. «Tomámos a iniciativa de implementar um programa inovador de consciencialização para o stress, através da promoção de novos hábitos e rotinas orientados para o desenvolvimento de competências sociais e emocionais», esclarece Elvira Vieira, directora-geral da instituição de ensino do Porto. Este programa consiste na promoção de actividades extracurriculares complementares, totalmente gratuitas, ligadas às áreas do desporto, bem-estar como sessões de yoga do riso, mindfullness ou biodanza, arte e cultura. Além da promoção de um estilo de vida mais saudável, ao nível físico e emocional, o programa pretende que os estudantes e futuros profissionais desenvolvam características como criatividade, sensibilidade, empatia, capacidade de liderança e trabalho em equipa. Em suma, desenvolver técnicas de resistência ao stress e ansiedade e promover a concentração. «Competências cada vez mais importantes nos futuros profissionais, pois saberão destacar-se em meios altamente competitivos e tomar decisões de negócio mais ponderadas e eficazes», explica Elvira Vieira.

PASSO A PASSO

Uma coisa é certa o quociente de inteligência (QI) não deixou de ser importante. «Acreditamos que a inteligência emocional complementa o chamado QI, pelo que é redutor considerarmos que este, apenas medido pelas competências técnico-científicas, é o factor principal no sucesso profissional.» Chama a atenção a directora-geral do ISAG para uma visão mais holística, onde as características emocionais e sociais desempenham um importante papel no sucesso pessoal e profissional. «Não podemos contar apenas com gestores e líderes, bem como profissionais em geral, que apenas dominem disciplinas como a matemática, as ciências ou as línguas. Não será suficiente para responder às novas dinâmicas profissionais, assentes num contexto altamente competitivo e global», acrescenta.

É também no âmbito da celebração do 40.º aniversário do ISAG – EBS, que prece este programa com actividades que convida a comunidade académica, desde estudantes, professores, colaboradores, alumni e parceiros, a sair das suas zonas de conforto e a (re)descobrir a cidade e a comunidade local, abrindo novas portas, gerando novas ideias e potenciando novos contactos. Para além de actividades ligadas ao desporto, ao bem-estar pessoal e à cultura, como o apoio a artistas locais e cedência de espaço para exposições ou promoção de sessões exclusivas de teatro e concertos de música, o programa conta com uma extensa rede de parceiros por toda a cidade, com destaque para a organização Run Porto, o Teatro Nacional São João e a Casa da Música. «O nosso principal objectivo é estimular a adopção de novos hábitos e rotinas, que vão além daquilo que partilhamos dentro das salas de aula», comenta a directora-geral.

No ISAG – EBS o gestor do futuro será aquele que, além do domínio das ferramentas técnicas, se revela empático, criativo, inovador, proactivo, inspirador e capaz de gerir as suas emoções de forma saudável. Este conjunto de factores será determinante na construção e, sobretudo, manutenção de uma carreira de sucesso.

A Gestão está em constante mudança, uma vez que reflecte as próprias dinâmicas de negócio globais. Entre as principais tendências na área, Elvira Vieira identifica para os próximos anos a mobilidade de profissionais e o trabalho remoto. «As novas tecnologias têm marcado o ritmo não apenas da Gestão, mas de outras áreas e sectores de actividade, pelo que é necessário garantir uma rápida adaptação dos nossos estudantes e profissionais, para os quais desenhamos programas de formação contínua. O trabalho em plataformas colaborativas é também um importante passo para as empresas, que garantem mais eficiência no fluxo da informação e, naturalmente, um acompanhamento mais eficaz de todas as fases evolutivas do negócio.» E Elvira Vieira diz mais: «Um gestor com visão global, multicultural e com boa capacidade de gerir emoções e relações tem os primeiros passos dados para uma carreira longa de sucesso. Não podemos preparar futuros profissionais com fronteiras ou barreiras, pois cada vez mais a economia é global, os mercados estão cruzados, a mobilidade de profissionais é natural. Por esse motivo, estamos a competir todos os dias com profissionais de outros contextos, com outras formações, e precisamos garantir uma boa resposta a todos esses desafios», neste âmbito a instituição conta já com 15% de alunos estrangeiros provenientes de mais de 20 países.

A instituição de ensino assume-se como pioneira na implementação deste programa. «Não tivemos receio em arriscar, pois acreditamos que os resultados a médio e longo prazo beneficiarão não apenas os nossos estudantes, como também o próprio tecido empresarial e a economia portuguesa, que ganha aqui mais um factor competitivo», explica. A qual acresce a constante capacidade de antecipar tendências globais desde o dia zero. «Em 1979 fomos pioneiros, na zona Norte de Portugal, na oferta das licenciaturas em Turismo e Gestão de Empresas, até então inexistentes. A partir daí, temos convertido o nosso know-how e experiência na aproximação com o tecido empresarial nacional e internacional, com o objectivo de garantir aos nossos estudantes e futuros profissionais uma formação de topo aliada ao contexto real de trabalho.»

O Programa de Desenvolvimento de Competências Sociais e Emocionais inclui sessões mensais de risoterapia (yoga do riso), mindfullness e biodanza, todas gratuitas e disponibilizadas em período pós-laboral, um horário que mostrou consensualidade entre toda a comunidade académica. «Estas actividades são reforçadas em períodos de pico de stress, como época de exames, e tem gerado uma excelente adesão por parte dos nossos alunos e professores. Além dos nossos estudantes, temos também preparado actividades apenas destinadas aos professores, também eles a exercer uma profissão com elevados riscos de stress e ansiedade e os principais influenciadores dos nossos estudantes», detalha Elvira Vieira. Tem sido implementado, pontualmente, sessões de team building com legos, uma actividade que está a ganhar milhares de seguidores nos EUA e que começa a ganhar expressão na Europa. E acções de responsabilidade social, nomeadamente em eventos desportivos aos quais o ISAG – EBS se tem associado nos últimos anos, participando em corridas e/ou caminhadas.

No futuro tenciona continuar a sensibilizar a comunidade académica para os exigentes desafios do mercado de trabalho global, enquanto aumenta o leque de actividades complementares gratuitas nas áreas do desporto, bem-estar, cultura e arte. Por outro lado, está a ser estudada a possibilidade de abrir estas actividades a alunos e professores de outras instituições de ensino superior, para que também eles possam adquirir novas competências.

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