
Perdas seguradas por fenómenos meteorológicos severos podem ultrapassar 173 mil milhões de euros em 2025
As perdas seguradas devido a fenómenos meteorológicos severos, como furacões, inundações, incêndios florestais e tempestades, ultrapassaram os 100 mil milhões de dólares (86 mil milhões de euros) anuais desde 2020 e poderão mais que duplicar, atingindo os 200 mil milhões de dólares (173 mil milhões de euros) já em 2025.
A conclusão consta do mais recente estudo da Geneva Association, no qual a Fidelidade participou através do seu Impact Center for Climate Change.
O relatório intitulado “Safeguarding Home Insurance: Reducing exposure and vulnerability to extreme weather” analisa os desafios crescentes que o setor segurador enfrenta perante o aumento dos fenómenos extremos relacionados com as alterações climáticas. O estudo destaca ainda que fatores socioeconómicos — como a construção em áreas de risco, códigos de construção desatualizados e a perda de ecossistemas naturais —, juntamente com o aumento dos custos de reconstrução, agravam as consequências destes riscos climáticos.
Para responder a este cenário, o estudo propõe um plano de ação em dois níveis. O primeiro visa a expansão de medidas locais de resiliência já testadas, incluindo incentivos financeiros para recuperação de infraestruturas críticas e o reforço das normas de construção. O segundo patamar foca-se na reforma dos sistemas de avaliação imobiliária e de crédito, integrando critérios de resiliência climática nos processos de concessão de empréstimos.
Para Maryam Golnaraghi, diretora de Alterações Climáticas e Ambiente na Geneva Association, explica que “este relatório apresenta uma estratégia em duas vertentes, para reduzir os riscos das propriedades decorrentes de fenómenos meteorológicos extremos e salvaguardar o seguro de habitação, consistindo, por um lado, no alargamento de medidas de resiliência comprovadamente eficazes e, por outro, na reforma dos sistemas ligados ao setor segurador, em particular a valorização dos imóveis e o crédito hipotecário”.
A Geneva Association, principal think tank global da indústria seguradora, reúne CEOs das maiores seguradoras e resseguradoras mundiais e dedica-se ao estudo de riscos sistémicos, como alterações climáticas e ciberameaças, promovendo soluções para reforçar a resiliência do setor.