Pedro Nuno Santos sai hoje da liderança do PS: quem se candidata e quais os passos para escolher o sucessor?

Pedro Nuno Santos deixa hoje de ser secretário-geral do PS, após a Comissão Nacional, e será o presidente do partido, Carlos César, a assumir interinamente a liderança socialista: este sábado, a Comissão Nacional do PS vai reunir-se para aprovar o calendário eleitoral interno, depois do anúncio da demissão, mas também para analisar os resultados das legislativas.

Da ordem de trabalhos faz parte a “análise da situação política face aos resultados eleitorais” de domingo e a “aprovação de calendários e regulamentos eleitorais”.

O PS alcançou o terceiro pior resultado da sua história em legislativas, ficando quase empatado com o Chega, o que levou o seu líder, Pedro Nuno Santos, a apresentar a demissão um ano e meio após a sua eleição.

As eleições legislativas antecipadas de domingo, ganhas pela AD, tiveram um impacto profundo no PS e, no discurso no qual assumiu a derrota, Pedro Nuno Santos anunciou que pediu ao presidente do partido a convocação da Comissão Nacional para que haja eleições internas, às quais não se vai recandidatar.

Segundo os resultados provisórios, e ainda sem os votos contados da emigração, o PS perdeu 20 deputados e tem, neste momento, 58 lugares no parlamento, com um resultado de 23,38%, ou seja, 1.394.491 votos.

Com este resultado, o PS surge quase empatado com o Chega e, em comparação com os mesmos resultados do ano passado, também sem a emigração, perdeu cerca de 365 mil votos num ano.

Este é o terceiro pior resultado da história do PS em termos de percentagem, tendo a marca só sido pior apenas em 1985, com Almeida Santos, e em 1987, com Vítor Constâncio.

José Luís Carneiro perfila-se como candidato único à liderança socialista

José Luís Carneiro é o mais do que provável candidato único às eleições socialistas, tendo-se desdobrado em contactos com diversas figuras do partido para garantir o respetivo apoio.

O socialista Fernando Medina já garantiu que não será candidato a secretário-geral do Partido Socialista (PS), após a demissão de Pedro Nuno Santos na sequência dos resultados nas eleições legislativas de domingo conquistadas pela AD.

Também a socialista Mariana Vieira da Silva revelou que não vai apresentar uma candidatura à liderança do Partido Socialista (PS), sublinhando a necessidade de união no partido após a derrota nas eleições legislativas de domingo último, conquistadas pela AD.

Em declarações ao canal Now, o ex-ministro das Finanças destacou que, após a pesada derrota nas legislativas de domingo, o partido deve “fazer uma reflexão profunda, lúcida e fria sobre o novo quadro político”.

“Creio que o lançamento de uma candidatura na segunda-feira [por José Luís Carneiro], iniciou um processo interno, no fundo contagem de espingardas, que inviabiliza que esse debate profundo se faça antes”, referiu.

Para Fernando Medina, a “dimensão da derrota” do PS exigia que o debate sobre o futuro do partido “fosse ‘despessoalizado’ das candidaturas”.

Após a reunião do Conselho Nacional, o que se segue?

Em função do calendário aprovado este sábado na Comissão Nacional do PS, segue-se o período de apresentação de candidaturas. Os estatutos socialistas dizem que o secretário-geral é eleito “mediante a apresentação de uma moção política orientadora, pelo sistema de lista uninominal por sufrágio direto de todos os militantes de entre os candidatos propostos por um mínimo de 200 militantes do partido”.

O passo seguinte é a confirmação dos cadernos eleitorais, quando os socialistas confirmam quem está em condições de participar nesta escolha interna. “Têm capacidade eleitoral os militantes inscritos até seis meses antes da data do ato eleitoral” e com as quotas em dia “até 15 dias antes do dia da eleição”, diz o regulamento eleitoral interno.

Seguem-se as eleições primárias, em que os militantes vão escolher o próximo secretário-geral do partido: esta escolha tem de ser feita pelo menos 15 dias antes do congresso extraordinário. Ao mesmo tempo, é feita a eleição dos delegados ao Congresso Nacional.

O órgão máximo do PS, o Congresso Nacional, vai reunir-se de forma extraordinária para empossar o novo secretário-geral socialista. É também votada a moção global de estratégia que este apresenta bem como vários órgãos do partido: a Comissão Nacional, a Comissão Nacional de Jurisdição e a Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira.

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