
Parlamento sueco vota hoje adesão da Suécia à Nato
O parlamento sueco deverá votar hoje a proposta de lei sobre a adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que foi enviada pelo Governo no início do mês de março.
“A lei é um passo importante no caminho para a adesão da Suécia à NATO”, disse o Governo sueco num comunicado, na altura em que a proposta foi finalizada e enviada ao parlamento.
A Suécia e a Finlândia pediram a adesão à NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte) em maio do ano passado, na sequência da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
O parlamento da Finlândia aprovou a lei sobre a adesão à NATO em 01 de março, por 187 votos a favor e sete contra.
A proposta de lei do Governo de coligação de direita liderado por Ulf Kristersson (Partido Moderado) pede ao parlamento que aprove o acordo de adesão e a sua incorporação na legislação sueca.
“Sinto-me alegre, apesar de ser [um assunto] sério. Não é todos os dias que se faz uma mudança que altera 200 anos de política de segurança”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Tobias Billstrom, numa entrevista ao jornal Svenska Dagbladet.
Numa outra declaração citada no comunicado do Governo, Billstrom disse que o projeto de lei “é um acontecimento histórico e um passo importante no caminho para a adesão” da Suécia à Aliança Atlântica.
“Isto significa que estamos prontos para aderir à NATO juntamente com a Finlândia assim que todos os países da NATO tiverem ratificado os nossos protocolos de adesão”, disse Billstrom.
A lei conta com a oposição do Partido Verde e do Partido de Esquerda, que têm 42 dos 349 mandatos do parlamento de Estocolmo.
A entrada dos dois países alarga as fronteiras da NATO com a Rússia, cuja oposição a uma eventual adesão da Ucrânia foi uma das justificações para invadir o país vizinho em 24 de fevereiro de 2022.
Na perspetiva de Moscovo, a NATO está a tentar cercar a Rússia desde a dissolução da União Soviética, em 1991, com os alargamentos a leste.
Antes da invasão, Moscovo exigiu que a NATO garantisse, em forma de tratado, que a Ucrânia e a Geórgia nunca seriam membros da aliança.
Moscovo exigiu também que a NATO recuasse as suas posições para as que tinha em 1997, antes do alargamento a leste.
A NATO rejeitou ambas as exigências e reafirmou a sua política de “portas abertas”.
Segundo a NATO, a Rússia tem fronteiras terrestres com 14 países, e apenas cinco deles são membros da Aliança Atlântica, correspondendo a seis por cento da linha de fronteira.