Pandemia afunda Primark em perdas de mais de 800 milhões de euros
Os bloqueios levantados para combater a pandemia do novo coronavírus custaram à Primark 800 milhões de libras (cerca de 887 milhões de euros) com a retalhista de vestuário a estimar uma queda de dois terços nos lucros deste ano, segundo avança o ‘The Guardian’.
As receitas caíram 75% entre 1 de março e 20 de junho, para 582 milhões de libras, informou, esta quinta-feira, o proprietário da Primark, o grupo Associated British Foods (ABF).
Os números sublinham as dificuldades que o setor do retalho está a enfrentar no Reino Unido,afetando gigantes como a Harrods ou a Arcadia, rival da Primark, que está entre os retalhistas que anunciaram, esta quarta-feira, mais de 6 mil despedimentos.
No entanto, a ABF não deixou de sublinhar que desde que arrancaram com o processo de reabertura das lojas Primark, as vendas foram “tranquilizadoras e encorajadoras”.
A retalhista deu ainda nota do registo de uma forte procura por roupas de crianças, lazer e roupa de dormir, além de produtos de verão. A procura por roupas formais masculinas e acessórios relacionados com viagens foi “surpreendentemente fraca”
Segundo a ABF, “na ausência de um número significativo de outros encerramentos de lojas” – os lucros operacionais da Primark, excluindo encargos excepcionais, deverão ficar entre 300 milhões e 350 milhões de libras este ano. O que representará cerca de um terço dos 913 milhões de libras reportados no ano fiscal passado (até ao final de setembro de 2019).
Recorde-se que a Primark foi forçada a fechar as suas 375 lojas, em 12 dias, em março passado, enquanto os governos tentavam retardar a propagação do vírus. No entanto, reabriu todas as lojas, exceto sete (seis na Escócia e uma nos EUA) com novos protocolos de distanciamento físico, desinfetante para as mãos, limpeza extra e equipamentos de proteção individual para os funcionários.
As vendas caíram 12%, numa base comparável desde a reabertura de algumas lojas em 4 de maio, mas a ABF disse que as vendas na Inglaterra e na Irlanda, na semana que terminou em 20 de junho, foram superiores às do ano passado.