Países da UE devem dar asilo a soldados russos que desertem. “É uma ideia valiosa a ser explorada”, diz Charles Michel

Os Estados-membros da União Europeia devem pensar e “explorar” a ideia de concederem asilo a soldados russos destacados na Ucrânia e que estão dispostos a desertar, sugeriu esta quarta-feira o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Segundo a Euronews, a sugestão de Charles Michel foi feita durante um discurso no Parlamento Europeu perante os eurodeputados, no qual não escondeu a revolta pelos “crimes contra a humanidade” cometidos em Bucha e noutras cidades ucranianas.

“É mais uma prova de que a brutalidade russa contra o povo da Ucrânia não tem limites. É mais uma prova de crimes de guerra, com corpos empilhados em valas comuns. Isto não é uma operação especial, são crimes de guerra”, considerou Charles Michel num tom de condenação às ações das forças russas.

No decorrer do seu discurso, o presidente do Conselho Europeu dirigiu um mensagem diretamente para os soldados russos que estão a combater na Ucrânia, aconselhando-os a desobedecerem às ordens dos seus superiores.

“Se não querem tomar parte na morte dos vossos irmãos e irmãs ucranianos, se não querem ser criminosos, larguem as armas, deixem de lutar, abandonem o campo de batalha. Sei que alguns dos membros do Parlamento Europeu propõem dar asilo aos soldados russos que desobedecerem às ordens. Na minha opinião, esta é uma ideia valiosa que deveria ser explorada”, assinalou Michel.

O presidente do Conselho Europeu também enfatizou no Parlamento Europeu a necessidade das sanções da União Europeia abrangerem, “mais cedo ou mais tarde”, as importações de petróleo e gás russo.

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