
Países árabes não querem “Riviera do Médio Oriente” de Trump: Egito vai apresentar plano abrangente para reconstrução de Gaza
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Badr Abdelatty, garantiu que o Cairo está a “trabalhar na elaboração de um plano abrangente de várias fases para a rápida recuperação e reconstrução de Gaza, garantindo que os palestinianos permaneçam na sua terra natal sem serem ameaçados de deslocamento”.
De acordo com o jornal estatal egípcio ‘Al-Ahram’, a proposta pede o estabelecimento de “áreas seguras” dentro de Gaza, onde possam viver os palestinianos enquanto as empresas de construção egípcias e internacionais removem e reabilitam a infraestrutura em Gaza – o plano, apontou a publicação, deve ser “finalizado na próxima semana”.
O plano egípcio será dividido em três fases e levará até cinco anos, segundo apontaram duas autoridades à agência de notícias ‘AP’: a primeira fase deve começar após a cimeira árabe de emergência no Cairo, marcada para dia 27. No entanto, esta quinta-feira, as autoridades do Egito, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Jordânia vão reunir-se na Arábia Saudita para discutir a reconstrução proposta.
A proposta vem depois de Trump ter dito que os EUA iriam “tomar conta” de Gaza para a reconstruir como uma “Riviera do Médio Oriente”, o que implicaria o deslocamento permanente de mais de 2 milhões de palestinianos para outro lugar.
Segundo a publicação ‘Al-Ahram’, o plano do Egito foi elaborado para “refutar a lógica do presidente Trump” e “combater quaisquer outras visões ou planos que visem mudar a estrutura geográfica e demográfica da Faixa de Gaza”.
Donald Trump pressionou tanto o Egito como a Jordânia a acolher os moradores de Gaza como parte do plano dos EUA – ambos os países se recusaram. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse na passada segunda-feira que continua comprometido com o plano de Trump para a “criação de uma Gaza diferente”.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que esteve na Arábia Saudita esta segunda-feira, tem promovido o plano de Trump. No entanto, já havia garantido que os EUA estavam dispostos a ouvir propostas alternativas. “Se os países árabes têm um plano melhor, então isso é ótimo.”