Otimismo dos CEO portugueses dispara: Expectativa de crescimento económico sobe de 20% para 70%

Os principais líderes empresariais estão a agir para maximizar o potencial de crescimento e criação de valor em um cenário moldado por megatendências como a Inteligência Artificial (IA) e as mudanças climáticas. No entanto, uma parte significativa ainda avança lentamente, enfrentando a necessidade iminente de adaptação e transformação.

A 28.ª edição do Global CEO Survey, conduzida pela PwC, revela que as duas grandes forças disruptivas do momento – IA e mudanças climáticas – estão interligadas: enquanto a IA revoluciona os processos empresariais e impulsiona a eficiência, também se torna uma ferramenta essencial na gestão e redução dos impactos ambientais. Em Portugal, os CEO reconhecem esta dinâmica e demonstram confiança na integração da IA nos seus processos-chave.

A pesquisa mostra que 76% dos CEO portugueses confiam na incorporação da IA nos seus processos internos, um valor superior à média global de 67%. Além disso, quase todos os inquiridos (91%) afirmam que a Inteligência Artificial Generativa (GenAI) aumentou a eficiência do tempo dos colaboradores, com 59% a relatar aumentos na rentabilidade da empresa.

A transição para um modelo económico mais sustentável continua a ser um dos principais desafios enfrentados pelos líderes empresariais. O estudo revela que 53% dos CEO portugueses acreditam que a complexidade regulatória impede a capacidade de iniciar investimentos sustentáveis, um obstáculo também reconhecido em escala global (47%).

Ainda assim, 32% dos CEO relatam que os investimentos climate-friendly realizados nos últimos cinco anos resultaram num aumento de receitas, enquanto 24% observaram uma redução de custos. No entanto, a maioria (59%) ainda não identificou alterações significativas, demonstrando que a transição para uma economia de baixo carbono continua a ser um desafio.

A confiança dos CEO na viabilidade dos seus negócios a longo prazo tem vindo a diminuir. Em Portugal, 64% dos líderes empresariais acreditam na sustentabilidade dos seus negócios no longo prazo, um valor abaixo da média global de 55%. Este dado sublinha a necessidade de reinvenção e adaptação aos novos paradigmas económicos e tecnológicos.

Apesar das incertezas, quase 70% dos CEO esperam um crescimento económico global nos próximos 12 meses, um aumento significativo face aos 20% registados em 2024. As principais ameaças identificadas incluem a volatilidade macroeconómica (29%), ciberameaças (26%) e a escassez de talentos com competências-chave (26%).

A necessidade de reinvenção empresarial é cada vez mais evidente. O estudo aponta que 77% das receitas das empresas provêm do core business, indicando uma baixa diversificação. Apenas 11% das receitas nos últimos cinco anos foram originadas de novos negócios fundamentalmente distintos, sinalizando uma oportunidade para exploração de novas áreas de crescimento.