
Oferta limitada e crédito habitação acessível vão continuar a fazer subir o preço das casas em Portugal
O mercado residencial em Portugal registou um forte dinamismo no quarto trimestre de 2024, impulsionado pelo crescimento da procura e pela contínua valorização dos preços.
De acordo com o relatório “Iberia Real Estate Market Report Q4”, elaborado pela MVGM, a descida das taxas de juro facilitou o acesso ao crédito hipotecário, resultando num aumento significativo nas transações imobiliárias. A oferta reduzida de imóveis, aliada à maior acessibilidade ao crédito, tem sustentado a escalada dos preços, especialmente nas grandes cidades.
Em Lisboa, o preço médio de venda atingiu 6.505 €/m², com um crescimento anual de 5,9%, enquanto o arrendamento subiu para 22,58 €/m², um aumento de 8,2% em relação ao ano anterior. No Porto, a valorização foi ainda mais acentuada, com o preço médio de venda a fixar-se em 3.953 €/m², representando um crescimento anual de 10,8%. O arrendamento na Invicta alcançou os 16,86 €/m², com um aumento de 10,3%.
O Porto destaca-se pelo forte crescimento na venda e arrendamento de imóveis, atraindo um número crescente de investidores. Lisboa, por outro lado, mantém-se como o mercado mais caro do país, com uma valorização estável e moderada. As novas medidas de apoio à compra da primeira habitação, destinadas aos mais jovens, também têm contribuído para facilitar o acesso ao crédito.
A tendência de crescimento no mercado residencial deverá manter-se, sustentada pela oferta limitada e pelo crédito mais acessível. No entanto, a implementação de novas políticas habitacionais e as decisões do Banco Central Europeu relativamente às taxas de juro poderão influenciar a dinâmica do mercado.
De acordo com o Confidencial Imobiliário, o investimento na nova promoção residencial acelerou 26% em 2024, com pedidos de licenciamento para 65.550 novas habitações. Este crescimento reflete um esforço para equilibrar a oferta com a elevada procura, sendo essencial a rapidez na execução dos projetos para aliviar as pressões sobre os preços e garantir a sustentabilidade do mercado a longo prazo.