
O verdadeiro rei dos mares. Com 30 metros de comprimento e 300 anos, este é o maior ser vivo do oceano
O oceano continua a revelar segredos surpreendentes, e um dos mais recentes coloca em perspetiva o conceito de grandeza no mundo marinho. Embora a baleia-azul-antártica seja reconhecida como o maior animal do planeta, um novo estudo revelou que existe um organismo ainda maior: uma mega colónia de coral descoberta nas Ilhas Salomão, que se estende por mais de 30 metros e tem cerca de 300 anos de idade.
A impressionante colónia de coral foi identificada em 2024 por uma equipa do projeto Pristine Seas, da National Geographic Society. O organismo pertence à espécie Pavona clavus, conhecida popularmente como coral de ombro. Segundo os cientistas, a estrutura colossal tem dimensões de 34 por 32 metros e encontra-se a 12 metros de profundidade. O seu tamanho supera o da baleia-azul-antártica, considerada o maior animal do mundo, e é tão imponente que pode ser avistada a partir do espaço.
A descoberta foi descrita como um evento “realmente fortuito” por Molly Timmers, cientista principal da expedição. Segundo Timmers, a colónia é composta por cerca de mil milhões de pólipos de coral geneticamente idênticos, tornando-se assim um único organismo vivo interligado.
O coral apresenta uma coloração predominantemente castanha, intercalada com manchas amarelas, vermelhas, cor-de-rosa e azuis. Para estimar a sua idade, os investigadores basearam-se na altura da colónia, um método comum para calcular o crescimento dos corais.
Com cerca de 300 anos, esta colónia tem uma longevidade impressionante, tendo testemunhado vários momentos históricos importantes. “Esta colónia de coral é tão antiga que esteve presente durante a chegada dos primeiros missionários cristãos às Ilhas Salomão no século XIX. Sobreviveu à assinatura da Declaração de Independência dos Estados Unidos, à Segunda Guerra Mundial e à pandemia de COVID-19”, explicaram os cientistas à National Geographic.
Importância ecológica e desafios
Os corais desempenham um papel essencial nos ecossistemas marinhos, fornecendo abrigo e alimento a uma vasta gama de organismos. No entanto, estão cada vez mais ameaçados pelas alterações climáticas, pela poluição e pela atividade humana descontrolada. O branqueamento dos corais é um fenómeno preocupante, que pode levar à destruição de estruturas como esta mega colónia.
O projeto Pristine Seas tem como objetivo explorar e proteger regiões marinhas remotas, documentando a vida subaquática e promovendo a conservação. O registo desta colónia de coral destaca a importância de preservar ecossistemas vulneráveis e encoraja medidas para reduzir os impactos negativos sobre os oceanos.
Com este achado, a perceção sobre o maior ser vivo do oceano altera-se, lembrando-nos de que, por mais que a ciência avançe, o mar continua a guardar mistérios que esperam ser descobertos.