Novo Banco partilha com Fundo de Resolução responsabilidades nos créditos de Vieira
O Novo Banco enviou para o Parlamento um documento de 64 páginas para recordar como foi feita a venda dos ativos da Imosteps (a empresa do presidente da Promovalor cuja dívida foi vendida pelo Novo Banco em 2019 de uma forma que levantou dúvidas aos investigadores), devido às suspeitas do Ministério Público em relação a Luís Filipe Vieira, segundo o Público.
A instituição bancária recorreu ao Fundo de Resolução (FdR) como uma espécie de escudo, lembrando que o Fundo autorizou a venda deste activo através da Nata II, não tendo obrigado o banco a excluir a operação do projeto, ao contrário do que aconteceu com outros créditos, apesar de as suspeitas do Ministério Público ficarem sem resposta.
Na referida carta consultada pelo Público, o Novo Banco indica que, depois de uma primeira recusa do Fundo de Resolução na venda direta do crédito da Imosteps, “seguiu-se a venda em bloco pelo Novo Banco. O crédito sobre a Imosteps foi vendido na carteira Nata II, após aprovação pelo FdR como é contratualmente exigido”.
O banco refere ainda que “o FdR selecionou e instruiu o Novo Banco para efetuar a retirada de algumas exposições do perímetro final de venda, não constando a Imosteps da lista dos ativos a retirar”.
O banco menciona também no documento que “o acordo à venda em bloco é, neste caso, ainda mais significativo dado que o FdR tinha o direito a retirar do perímetro certos casos que julgasse do seu interesse não serem alienados, direito de exclusão que usou para alguns casos, mas que decidiu não usar para a Imosteps mesmo sabendo que o valor era mais baixo”.