Nova meta climática da União Europeia prevê corte de emissões alargado a todos os sectores
O executivo da União Europeia (UE) vai revelar esta semana um plano ambicioso de corte de emissões que não deixará nenhum sector da economia “intacto”, uma vez que vai exigir mudanças no estilo de vida e normas mais rigorosas para as indústrias.
Sob uma meta climática mais rigorosa para 2030, os fabricantes europeus de automóveis terão de adoptar normas de poluição mais rigorosas. O objectivo é que a energia seja cada vez mais limpa, com um adicional de 350 mil milhões de euros por ano necessários para o investimento na produção e infraestruturas. E, para reduzir os gases com efeito de estufa na agricultura, os europeus poderão ser encorajados a comer menos carne.
Se for aprovado, o novo objectivo de reduzir as emissões em 55%, em relação aos níveis de 1990, vai exigir que os edifícios sejam mais eficientes em termos energéticos, de acordo com um projecto de documento da Comissão Europeia analisado pela Bloomberg.
“Atingir um objectivo de 55% de redução das emissões será um desafio de investimento significativo para a indústria, serviços, transportes e sectores energéticos da UE”, referiu a Comissão no documento. “Contudo, o retorno do investimento resultante da resposta a este desafio é nada menos do que a capacidade das empresas da UE de competir e dos nossos cidadãos de prosperar”.
Ao estimular as energias renováveis, o novo objectivo climático poderá reduzir a factura de importação de combustíveis da UE em 100 mil milhões de euros em 2021-2030 e até 3 triliões de euros em 2050, de acordo com a Comissão.
A recessão económica agravou as condições para o investimento em tecnologias e infraestruturas necessárias para cumprir os ambiciosos objectivos climáticos.
Um pacote de 1,8 triliões de euros de fundos públicos, acordado em Julho para ajudar a Europa a recuperar da recessão induzida pela pandemia, só pode ser aplicado em projectos que não prejudiquem os objectivos climáticos. Um terço desse montante deverá ser destinado especificamente a iniciativas “amigas” do clima, de acordo com a Bloomberg.