
Notas com o rosto de Trump ou declarar feriado no seu aniversário: Congresso americano tem projetos de lei para votação… que parecem mentira
Juntos parecem mentira, mas a realidade é outra.
O Congresso dos Estados Unidos está atualmente a considerar a seguinte legislação: colocar o rosto de Trump nas notas de 100 dólares; criar uma nova nota de 250 dólares (também com o rosto do presidente americano); declarar o seu aniversário como feriado; esculpir o seu rosto no Monte Rushmore – ao lado dos presidentes George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln; renomear o Aeroporto Internacional de Washington em sua homenagem.
Todos os projetos de lei já foram apresentados por congressistas republicanos e estão no Congresso dos EUA, a aguardar a votação final. Por exemplo, o mais recente – substituir o retrato de Benjamin Franklin, pai fundador dos Estados Unidos pelo do atual presidente nas notas de 100 dólares – tem o pomposo nome de “Golden Age Act”.
“O presidente Trump poderia estar a aproveitar os seus anos dourados entre golfe e a sua família. Em vez disso, levou um tiro por este país e agora está a trabalhar horas extras para proteger as nossas fronteiras, consertar a nossa relação comercial desigual com o resto do mundo, tornar a América independente em termos de energia novamente e colocar a América em primeiro lugar ao acabar com a inútil ajuda externa”, referiu o representante republicano do Texas, Brandon Gill, ao apresentar o “Golden Age Act”. O que alguns analistas descreveram como um culto ao líder, são, segundo Grill, gestos inofensivos de gratidão para com Trump. “O que precisamos fazer é mostrar que o Congresso apoia o presidente, que acreditamos na sua missão.”
🚨 I’m introducing the GOLDEN AGE ACT to put President Donald J. Trump on the $100 bill.
America is experiencing an historic rebirth under President Trump—his legacy deserves to be immortalized.
Washington. Lincoln. Reagan. TRUMP. It’s time to make history. pic.twitter.com/TVNO4WQpxa
— Congressman Brandon Gill (@RepBrandonGill) March 3, 2025
Brandon Gill não é o único a apoiar estas homenagens: em janeiro último, a republicana da Flórida, Anna Paulina Luna, apresentou o seu projeto de lei para esculpir o rosto de Trump no famoso Monte Rushmore, sendo que o congressista da Carolina do Norte, Addison McDowell, trouxe um projeto de lei para substituir o nome de John Foster Dulles (ex-secretário de Estado de Eisenhower) no aeroporto de Washington pelo de Trump. De acordo com McDowell, o presidente “é alguém que não desiste e que salvará o país”.
Já o congressista Joe Wilson, da Carolina do Sul, disse que colocar notas de 250 dólares com a imagem de Trump em circulação é simplesmente um gesto para comemorar o 250º aniversário da Declaração de Independência dos EUA, que será em 2026. “Estou a trabalhar em estreita colaboração com várias organizações para promover os eventos do 250º aniversário, e foi assim que tudo aconteceu”, explicou. “A ‘Bidenflação’ destruiu a economia, forçando as famílias americanas a carregar mais dinheiro”, apontou, garantindo que “o presidente Trump está a trabalhar incansavelmente para combater a inflação e ajudar as famílias americanas. Essa conquista merece reconhecimento monetário”.
Por último, a congressista Claudia Tenney, representando a região de Finger Lakes, em Nova Iorque, propôs tornar 14 de julho um feriado nacional… devido ao aniversário de Trump. Ao apresentar esse projeto de lei, argumentou que Trump é o “presidente mais importante na história americana moderna. O seu impacto na nação é inegável.” “Assim como o aniversário de George Washington é codificado como um feriado federal, o aniversário do presidente Trump também deve ser comemorado para reconhecê-lo como o fundador da Era Dourada da América”, escreveu Tenney em sua conta no X.
O facto de terem sido tramitados no Congresso não significa que venham a ser votados. Primeiro, os projetos de lei vão ser submetidos a uma subcomissão, que decidirá se o projeto de lei é admissível. Se for assim, o projeto será votado pelo comité pleno e só então será encaminhado ao Congresso e ao Senado. Depois de um projeto de lei ser apresentado na Câmara, os líderes do partido maioritário (nesse caso, os republicanos) decidem quando adicionar o projeto ao calendário para consideração. Aqueles que não são considerados urgentes podem levar meses ou nunca ser considerados.
Nos Estados Unidos, não há nenhuma regra específica que proíba a homenagem a presidentes em exercício. Durante a presidência de Barack Obama, várias escolas mudaram os seus nomes para o do então presidente; não como uma medida aprovada pelo Congresso, mas como uma iniciativa dos próprios estados ou a nível local.