Netanyahu vai dar conferência de imprensa esta noite. É a primeira em mais de cinco meses

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, irá realizar esta noite, às 23h15 (hora de Lisboa), uma conferência de imprensa no seu gabinete em Jerusalém. Trata-se da sua primeira declaração pública neste formato desde dezembro do ano passado.

Segundo avança o The Times of Israel, a conferência de imprensa terá lugar na sede do governo israelita, e acontece num momento particularmente tenso, após Israel ter lançado uma nova ofensiva terrestre alargada na Faixa de Gaza durante o fim de semana.

O anúncio desta declaração ao país por parte do primeiro-ministro israelita surge também num contexto de forte pressão internacional, com várias críticas dirigidas ao governo israelita por causa das operações militares em curso no enclave palestiniano. A comunidade internacional tem acusado Israel de não estar a responder devidamente `crise humanitária que cresce todos os dias em Gaza, onde faltam alimentos, bens de primeira necessidade e água, o que agrava o risco de fome generalizada entre a população civil.

Além das críticas vindas do exterior, Netanyahu também enfrenta pressões internas, nomeadamente de setores da direita israelita, que se opõem à recente decisão de permitir a entrada de ajuda humanitária limitada na Faixa de Gaza. Estes círculos exigem garantias mais sólidas de que os bens não serão desviados para o Hamas antes de qualquer reabertura dos canais de assistência.

A tensão aumentou ainda mais nos últimos dias com a retirada da equipa de negociação israelita que se encontrava em Doha. Netanyahu ordenou o regresso a Jerusalém dos principais responsáveis pelas negociações com o Hamas, depois de as conversações sobre uma possível troca de reféns por cessar-fogo terem entrado num impasse.

A intervenção de Netanyahu será acompanhada com expectativa, numa altura em que a guerra em Gaza continua a escalar e o governo israelita enfrenta múltiplas frentes de contestação — tanto internas como externas. A conferência poderá servir para clarificar a posição do executivo sobre a ajuda humanitária, a evolução das operações militares e o futuro das negociações com o Hamas.