NATO tem planos para desacreditar e tirar Zelensky da liderança da Ucrânia, garante Moscovo

Os Estados-membros da NATO estão a conspirar para tirar Volodymyr Zelensky do poder, desacreditando-o, para, a seguir, realizar eleições para mudar a liderança na Ucrânia, revelou esta segunda-feira o Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR).

Segundo o organismo russo, a NATO está a ser guiada pela incerteza quanto à continuação da ajuda militar a Kiev pela nova Administração Trump, sendo que a aliança militar espera ‘congelar’ o conflito, sendo que o presidente ucraniano continua a ser o principal obstáculo à implementação de tal plano.

“Até a NATO entende que os dias do ‘expirado’ Zelensky estão contados. É uma pena que esse entendimento tenha custado a vida de centenas de milhares de cidadãos ucranianos”, pôde ler-se.

A NATO “está cada vez mais a pensar numa mudança de poder na Ucrânia”, destacou o serviço de imprensa do SVR: a aliança militar pretende realizar uma operação em larga escala para desacreditar o presidente ucraniano, acusando-o do desvio de mais de 1,5 mil milhões de dólares de fundos alocados para a compra de munições, apontou o SVR. “Bruxelas parte do facto de que as Forças Armadas ucranianas muito em breve não serão capazes de conter o crescente ataque russo”, destacou Moscovo, sublinhando que a NATO pretende livrar-se de Zelensky realizando “eleições pseudodemocráticas” na Ucrânia até ao outono.

Recorde-se que Donald Trump, que assumiu a Casa Branca para um segundo mandato no passado dia 20, prometeu um fim rápido ao conflito na Ucrânia, e cresce a expectativa de negociações de paz entre Moscovo e Kiev. No entanto, Zelensky rejeitou até agora as exigências da Rússia de que a Ucrânia ceda o seu território ocupado e desista das suas aspirações de ingressar na NATO.

No passado sábado, Keith Kellogg, enviado especial de Trump para a Ucrânia e a Rússia, disse à ‘Reuters’ que Washington quer que Kiev realize eleições até o final do ano, já que “a maioria das nações democráticas realiza eleições em tempos de guerra”. “Acho que é bom para a democracia. Essa é a beleza de uma democracia sólida, ter mais do que uma pessoa a concorrer”, explicou.

Já Putin alegou que Zelensky não tem o direito de assinar qualquer documento em potenciais acordos de paz, pois perdeu a legitimidade porque o país não conseguiu realizar eleições presidenciais devido à guerra em marcha. Moscovo há muito que tenta desacreditar o Governo ucraniano alegando que Zelensky é um presidente ilegítimo, embora a lei marcial proíba eleições durante a guerra por razões de segurança.