
NATO e Rússia ‘enfrentam-se’ em manobras militares no Mar Báltico
Os ‘Magdeburg’ e ‘Braunschweig’, pertencentes ao 1º Esquadrão de Corvetas da Marinha alemã, partiram da base naval de Hohe Düne na manhã desta quinta-feira. Seguiram-se o caça-minas francês ‘Vulcain’ e a fragata dinamarquesa ‘Absalon’. Todos aguardavam o envio para Rostock, sede do comando naval alemão, para participar nos maiores exercícios da NATO até à data no Mar Báltico.
No entanto, de acordo com o jornal espanhol ‘ABC’, o mais entusiasmante é o imponente ‘USS Mount Whitney’, o navio-almirante da classe Blue Ridge da Marinha dos EUA, seguido em poucas horas pelo ‘USS Paul Ignatius’. Com a partida dos primeiros navios de guerra, iniciam-se os exercícios aliados de grande escala Baltops 2025, envolvendo cerca de 50 navios, 25 aviões e cerca de 9.000 soldados de 17 países.
A NATO está a praticar o bloqueio de navios no Mar Báltico e no Mar Negro, ataques preventivos contra bases permanentes das forças de dissuasão nuclear russas e até a ocupação da província de Kaliningrado, o enclave estratégico russo no Báltico, além de enviar um sinal de alerta dissuasor à Rússia e ao seu presidente, Vladimir Putin.
De acordo com o vice-almirante JT Anderson, comandante da Sexta Frota dos EUA e das Forças de Ataque e Apoio da NATO, os exercícios deste ano representam “uma demonstração visível da determinação, adaptabilidade e força marítima da aliança”. “Ao comemorarmos o 75º aniversário da NATO, o Baltops 25 demonstra a nossa capacidade de operar em conjunto como uma força única e unificada em todo o espectro de operações marítimas”, apontou. Também o almirante Tobias Abry, representante da Alemanha no Estado-Maior da NATO, considerou-o um “elemento central da defesa nacional e da aliança”.
O Mar Báltico ganhou importância geopolítica desde o início da invasão russa da Ucrânia. O exercício de grande escala Baltops 2025 não é apenas um exercício de rotina da NATO, mas antes uma resposta à crescente tensão na região, com inúmeros ataques híbridos e sabotagens contra infraestruturas de dados e comunicações que atravessam o fundo do mar.
Durante duas semanas, as forças armadas da NATO vão realizar manobras e exercícios de artilharia numa ampla área que se estende desde o Estreito da Dinamarca até ao Golfo de Gdansk, com apoio aéreo para reforçar as operações multinacionais. A formação inclui operações anfíbias, defesa aérea, guerra antissubmarina, desativação de minas e explosivos, resposta médica e a utilização de veículos de superfície e submarinos não tripulados.
Moscovo descreveu as manobras navais como uma “provocação extrema”. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexander Grushko, afirmou que o objetivo destes exercícios é alcançar “a superioridade em todos os domínios: terra, mar e ar”, e acusou a aliança atlântica de se preparar para um conflito militar direto com a Rússia.
Em resposta, o Kremlin lançou os seus próprios exercícios navais no Báltico, que começaram no passado dia 27: a operação russa envolve mais de 20 navios, cerca de 25 aeronaves, 3.000 pessoas e até 70 unidades especializadas.
Pela primeira vez, Rostock é o ponto de partida das manobras Baltops. Durante o período do exercício, até 20 de junho, haverá restrições ao tráfego marítimo, mesmo junto à costa. A Marinha pede aos capitães de barcos de recreio, marinheiros, pescadores e remadores que se mantenham afastados dos navios de guerra. As situações perigosas causadas pela aproximação de veículos militares devem ser evitadas.
Para a cidade de Rostock, este é um desafio logístico: além do aumento do tráfego marítimo, a deslocação de tropas, o transporte rodoviário e as medidas de segurança fazem parte da operação.
BALTOPS 2025: DEMO IN ROSTOCK GEGEN NATO-MANÖVER
Krieg üben für den Frieden? Klingt wie: Feuer löschen mit Benzin. Nein zum Nato-Manöver! Ja zum echten Frieden! #Baltops25 #nato #rostock pic.twitter.com/qlAwEP12ZM
— Dr. Buzz (@DrBuzzzzz) June 5, 2025