“Não se começa uma guerra com alguém 20 vezes maior”: Trump volta a culpar Zelensky pela invasão russa

O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a dar ‘voz’ à narrativa do Kremlin, acusando Zelensky pela morte “de milhões de pessoas”, alertando ao mesmo tempo os meios de comunicação dos EUA de que seriam punidos por transmitir entrevistas com líderes mundiais que não se encaixassem na sua narrativa.

Questionado esta segunda-feira na Casa Branca sobre a situação na Ucrânia, o presidente americano atacou o homólogo ucraniano. “Está sempre a querer comprar mísseis”, apontou, salientando: “Quando se começa uma guerra, é preciso saber que pode vencê-la”, continuou. “Não se começa uma guerra contra alguém 20 vezes maior e depois espera-se que as pessoas lhe deem mísseis.”

Os comentários de Trump ocorreram numa reunião com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, na sequência de uma questão sobre o “erro” que o presidente americano diz ter sido o ataque de Moscovo no Domingo de Ramos em Sumy, que matou dezenas de pessoas. O líder da Casa Branca voltou a referir os “milhões de pessoas mortas” a quem atribuiu responsabilidades a três pessoas. “Digamos que Putin seja o número um, mas digamos que Biden, que não tinha a mínima ideia do que estava a fazer, seja o número dois, e Zelensky.”

A entrevista no programa ’60 Minutes’ da ‘CBS News’ de Volodymyr Zelensky não foi do agrado de Trump. “Não se pode confiar em Putin. Disse isso ao presidente Trump muitas vezes. Então, quando se se pergunta por que o cessar-fogo não está a funcionar, é por isso”, apontou Zelensky. “Putin nunca quis o fim da guerra. Putin nunca quis que fôssemos independentes. Putin quer destruir-nos completamente, destruir a nossa soberania e nosso povo”, acrescentou.

Na passada segunda-feira, Trump escreveu na ‘Truth Social’ que o seu chefe da Comissão Federal de Comunicações, Brendan Carr, deveria aplicar multas à Paramount, empresa controladora da CBS, como resultado da entrevista: na mensagem, indicou que espera que Carr “imponha as multas e punições máximas, que são substanciais, por seu comportamento ilegal e ilícito”.