“Não está à venda”: rei Carlos III vai aproveitar viagem ao Canadá para responder às ameaças de Trump

O rei Carlos III vai responder, durante a sua próxima viagem à América do Norte, às ameaças de Donald Trump com uma mensagem: “O Canadá não está à venda.” De acordo com o Alto-comissário do Canadá no Reino Unido, Ralph Goodale, o monarca “reforçará o poder e a força dessa mensagem” na sua visita a Ottawa no final deste mês, em resposta às constantes sugestões do presidente americano de que o Canadá poderia tornar-se o 51º estado americano.

Goodale reiterou a soberania do seu país quando o rei e a rainha visitaram a Canada House, no centro de Londres, esta terça-feira, para preparar a viagem ao Canadá, durante a qual Carlos abrirá uma sessão do Parlamento local — a primeira vez que um monarca faz isso desde 1977.

Ao discutir as ameaças de Trump, o alto comissário disse que a visita do rei mostrará que o Canadá é “o verdadeiro norte, forte e livre, e permaneceremos assim”.

A viagem foi organizada após a eleição do ex-governador do Banco da Inglaterra, Mark Carney, como primeiro-ministro canadiano, por entre uma onda de sentimento anti-Trump.

“É uma oportunidade muito importante para Sua Majestade estar num fórum onde terá a oportunidade de falar aos canadianos num momento em que a mensagem sobre a importância e a força da soberania canadiana precisa de ser reforçada por todos os meios possíveis”, explicou Goodale.

O primeiro-ministro já deixou claro que o Canadá não está à venda agora, nem nunca estará. O rei, como chefe de Estado, reforçará o poder e a força dessa mensagem.

Isso acontece num momento em que o rei Carlos III enfrenta a difícil tarefa de equilibrar os seus deveres como chefe de Estado do Canadá e o seu papel na tentativa de Keir Starmer de manter relações fortes com os EUA em várias crises internacionais, incluindo conflitos na Ucrânia e em Gaza e disputas comerciais.