“Não aos nazis”: Showroom da Tesla vandalizado com suásticas nos Países Baixos após polémica com Elon Musk

Um showroom da Tesla em Haia, nos Países Baixos, foi vandalizado na noite de domingo com suásticas e slogans antifascistas, num aparente protesto contra o proprietário da empresa, Elon Musk. O empresário norte-americano, que tem sido alvo de forte contestação nos últimos tempos, enfrentou críticas acesas após fazer um gesto amplamente interpretado como uma saudação nazi durante uma festa de inauguração do segundo mandato de Donald Trump no mês passado.

Os autores do ataque pintaram frases como “Não aos nazis” e “Fascista, vai-te embora”, além de desenharem suásticas na porta de entrada do showroom da Tesla. O ato de vandalismo surge na sequência de um incidente semelhante ocorrido em Berlim na semana passada, onde ativistas políticos projetaram uma imagem do gesto de Musk acompanhado da palavra “Heil” na fachada da fábrica da Tesla, nos arredores da capital alemã.

A polícia neerlandesa ainda não se pronunciou sobre o caso, e não houve resposta imediata às solicitações de comentário feitas pela Politico. Entretanto, as autoridades alemãs já iniciaram uma investigação sobre o episódio de Berlim.

Elon Musk defende-se e acusa opositores de “truques sujos”
A polémica teve início após Musk ter sido filmado a fazer um gesto com o braço estendido durante um evento ligado à tomada de posse de Trump. O vídeo tornou-se rapidamente viral, com críticos a acusarem o empresário de fazer uma saudação nazi, enquanto os seus apoiantes minimizaram o incidente.

Musk reagiu às acusações através da sua rede social X (antigo Twitter), rejeitando qualquer associação ao nazismo e classificando as críticas como uma campanha de desinformação contra si. “O ataque do ‘todos são Hitler’ está tão desgastado”, escreveu o empresário, referindo-se ao que considera ser um uso excessivo de comparações com o líder do Terceiro Reich.

A contestação contra Musk intensificou-se nos últimos meses devido ao seu apoio declarado ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD). O empresário entrevistou a líder da formação, Alice Weidel, na sua plataforma X, antes das eleições nacionais alemãs de 23 de fevereiro, e causou indignação ao apelar aos alemães para que “esquecessem a culpa do passado”, uma declaração proferida poucos dias antes do Dia Internacional da Memória do Holocausto.

A associação de Musk a figuras da extrema-direita e as suas declarações controversas têm atraído forte oposição em vários países europeus, culminando agora em ações de protesto como os ataques aos showrooms da Tesla.