
Muçulmanos celebram hoje o Eid al-Adha, a “Festa do Sacrifício”, com orações, partilha e rituais sagrados
Milhões de muçulmanos em todo o mundo assinalam hoje o Eid al-Adha, também conhecido como “Festa do Sacrifício” ou Bakri Eid, nome comum no subcontinente indiano. Esta celebração, uma das mais importantes do Islão, evoca o episódio em que o profeta Abraão (Ibrahim) demonstrou total obediência a Deus ao preparar-se para sacrificar o seu próprio filho — um gesto de fé que, segundo a tradição islâmica, acabou por ser interrompido por intervenção divina.
De acordo com os textos sagrados islâmicos, Abraão terá recebido, em sonhos, a ordem de Deus para sacrificar o filho, Ismail. Ao demonstrar a sua disposição para cumprir esse mandato, Deus recompensou a sua fé inabalável ao substituir, no último momento, Ismail por um carneiro, poupando a criança.
Este episódio é simbolicamente recriado durante o Eid al-Adha com o sacrifício ritual de animais, geralmente cabras, ovelhas ou vacas, em todo o mundo islâmico. O gesto não representa apenas a submissão à vontade divina, mas também a partilha e solidariedade com os mais necessitados.
O sacrifício do animal é apenas um dos pilares da festividade. A carne resultante do ritual é dividida em três partes: uma destinada à família que realiza o sacrifício, outra aos familiares e vizinhos, e a terceira parte aos mais carenciados da comunidade. Esta prática sublinha a dimensão comunitária e solidária da celebração.
Além do sacrifício, os muçulmanos participam em orações especiais, realizadas em congregações nas mesquitas ou em espaços abertos, logo nas primeiras horas da manhã. Durante estas cerimónias, são recitados versos do Alcorão e entoadas súplicas que apelam à paz, à união e ao cumprimento da vontade divina.
Este ano, o Eid al-Adha é celebrado a 6 de junho em muitos países, incluindo na Península Arábica, Europa e várias regiões de África. No subcontinente indiano, a data oficial da celebração está marcada para sábado, 7 de junho, seguindo o avistamento da lua de acordo com o calendário lunar islâmico.
Independentemente da data exata em cada região, o espírito da celebração é comum a todos os muçulmanos: reforçar a fé, partilhar com os necessitados e reunir-se com entes queridos. A ocasião é também marcada por refeições festivas, troca de prendas, ofertas de caridade e momentos de convívio intergeracional.