Monkeypox: Conheça os novos sintomas que podem ser confundidos com amigdalite ou sífilis

A rápida tendência ascendente da varíola dos macacos assusta alguns especialistas. Vacinas, alertas de saúde, notícias na imprensa são alguns dos meios oferecidos pelos países para consciencializar a população e amenizar a proliferação de casos.

Os sintomas vão além da erupção cutânea tão característica da doença: dores musculares, febre, arrepios, cansaço, dor de cabeça, dor nas costas ou inchaço dos gânglios linfáticos.

No entanto, um novo estudo publicado na revista médica The BMJ indicou que os sintomas mudaram desde que o primeiro caso (fora da África) foi relatado em 7 de maio em Londres.

Os doentes onde a doença é endémica (Camarões, República do Congo ou Serra Leoa) não apresentam os mesmos sintomas que os que estão agora infetados.

As descobertas são baseadas no estudo de 197 pacientes do Reino Unido e diagnosticados entre 13 de maio e 1 de julho deste ano. Oito deles apresentavam mais de 100 lesões cutâneas e 29 não apresentavam uma única erupção vesicular.

22 apresentaram lesão: 12 envolveram a região genital e sete a perianal. 27 participantes descreveram manifestações mucocutâneas como pruriginosas e 27 relataram uma erupção maculopapular generalizada concomitante.

A maioria (86,3%) relatou sintomas sistémicos, ou seja, afetam todo o corpo, como ocorre, por exemplo, com diabetes ou fibromialgia.

Os sintomas mais comuns foram febre, linfadenopatia e mialgia (dores musculares). 38% dos pacientes desenvolveram esses sintomas após o início das lesões mucocutâneas. 71 dos participantes também tiveram dor retal ou dor ao evacuar, 33 tiveram dor de garganta e 31 tiveram inchaço do pénis.

Nesse sentido, os especialistas asseguram que “aqueles com infeção confirmada por varíola dos macacos com lesões extensas no pénis ou dor retal intensa devem ser considerados para revisão contínua ou tratamento hospitalar”.

Lesões solitárias e amígdalas inchadas não eram sintomas típicos de infeção por varíola dos macacos.

“As lesões únicas podem ser confundidas com outras condições, como sífilis, linfogranuloma venéreo (uma doença sexualmente transmissível causada por uma cepa específica de clamídia) ou folículos pilosos encravados”, explicam os autores.

A inflamação das amígdalas, por sua vez, “pode ​​ser confundida com amigdalite bacteriana”. Os investigadores observam que “apenas um quarto desse grupo teve contato conhecido com alguém com infeção confirmada por varíola, aumentando a possibilidade de transmissão assintomática ou paucissintomática”.

Em relação aos novos sintomas identificados neste estudo, representa um avanço “para rastreamento de contatos, aconselhamento de saúde pública e medidas contínuas de isolamento e controlo de infeção”.

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