Moldova compra um milhão de comprimidos de iodo com receios de desastre nuclear

O governo da Moldova importou um milhão de comprimidos de iodo, numa altura em que os conflitos na região ucraniana de Zaporíjia, onde se localiza a maior central nuclear da Europa, fazem aumentar os riscos de um acidente que poderá ter consequências que irão muito além das fronteiras da Ucrânia.

O especto da memória do desastre de Chernobil voltou a pairar sobre a Europa, depois do estalar do conflito começado pela Rússia a 24 de fevereiro contra a vizinha Ucrânia, e a Moldova estará já a preparar-se para o pior cenário.

Contudo, relata a ‘Euronews’, as autoridades desse país da Europa de Leste, que partilha fronteira com a Ucrânia e está a cerca de 480 quilómetros da central de Zaporíjia, assegura a sua população de 2,5 milhões de habitantes que, pelo menos para já, não há motivo para pânico.

De acordo as informações avançadas, os comprimidos foram comprados pela Moldova à Roménia e só deverão ser usados em caso de um desastre nuclear, pois impedem que elementos radioativos se acumulem no organismo, designadamente na tiroide, reduzindo a probabilidade do desenvolvimento de cancro.

O governo da Moldova afirma que não existem sinais de aumento dos níveis de radioatividade e tem instruído a população para que a ingestão do comprimido só seja feita depois de as autoridades assim o determinarem. Por agora, os comprimidos estão armazenados em instalações médicas no país.

Segundo a autoridade de Saúde Pública da Moldova, em caso de desastre nuclear, os comprimidos serão entregues primeiramente a pessoas que não tenham possibilidade de se abrigarem, como trabalhadores de linha da frente em operações de emergência.

Caso Zaporíjia venha a registar a fuga de radiação potencialmente perigosa, o governo da Moldova aconselha os cidadãos a procurarem abrigo em caves ou a deixarem as suas áreas de residência. A agência ambiental desse país garante que está a monitorizar a evolução dos níveis de radiação, mas que, por agora, não deteta razões para preocupação.

A Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente de realizar ataques junto da central de Zaporíjia e de colocar em risco a segurança das instalações e de aumentar a ameaça de um desastre de grande escala.

A Agência Internacional de Energia Atómica já alertou que “cada vez mais alarmantes” as informações sobre a central de Zaporíjia, e o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, salientou que “qualquer ataque a centrais nucleares é algo suicida”.

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