Moeve passa de prejuízo a lucro de 138 milhões de euros no 1.º trimestre após deixar marca Cepsa
A Moeve, marca que substituiu a antiga Cepsa em outubro de 2024, reportou hoje um resultado líquido ajustado de 138 milhões de euros no primeiro trimestre, face ao prejuízo de 32 milhões no mesmo período do ano anterior.
Os resultados dos primeiros três meses do ano foram avançados pela empresa, que não fornece dados de lucro líquido não ajustados, mas ajusta-os ao custo de propriedade (CCS), algo que as empresas do setor normalmente fazem para fornecer uma visão mais representativa do desempenho operacional do negócio, ajustando o preço dos ‘stocks’ de matérias-primas aos valores atuais, em vez do preço de compra.
Esta subida no resultado líquido ajustado verificou-se, apesar da queda das margens de refinação e do ambiente volátil do mercado.
Já o resultado operacional bruto ajustado (EBITDA ajustado do CCS) foi de 377 milhões, menos 35% do que no período homólogo, enquanto o fluxo de caixa (‘cash flow’) operacional atingiu os 338 milhões de euros, um aumento de 6% que reflete, segundo a empresa, uma “sólida capacidade de conversão” que lhe permite sustentar a sua transformação energética.
Durante o trimestre, a Moeve investiu 222 milhões de euros (mais 2,3% do que no ano anterior), 62% dos quais foram destinados a projetos de descarbonização, no âmbito do seu plano estratégico “Positive Motion”.
A dívida líquida no final do período era de 2,399 mil milhões de euros, em linha com os 2,369 mil milhões de euros no final de 2024, e a liquidez disponível atingiu 5,579 mil milhões de euros, mais 22% do que no ano anterior.
Por divisão, o negócio de Energia contribuiu com um EBITDA de 288 milhões, menos 39,6% que no ano anterior, impactado por uma margem de refinação que caiu 42%, para 6,20 dólares por barril, e pela menor utilização da capacidade de refinação (90% versus 99%).
A divisão de Produtos Químicos contribuiu com 50 milhões de euros, uma queda de 28,6% em relação ao ano anterior, enquanto a Exploração e Produção melhorou ligeiramente para 75 milhões de euros, apoiada por preços favoráveis do petróleo bruto e operações eficientes, apesar dos volumes menores após desinvestimentos no Peru e na Colômbia.
Em abril, a Moeve obteve 304 milhões de euros de ajuda pública para o desenvolvimento da primeira fase do Vale Verde do Hidrogénio da Andaluzia, no âmbito do programa Perte, financiado pela Europa.
Este projeto, com uma capacidade de 400 megawatts, é um dos maiores do género na Europa.
Durante o primeiro trimestre, a Moeve atingiu os 90.000 pontos de carregamento elétrico na Europa através de acordos de interoperabilidade e tem agora 100 postos em Espanha e Portugal com carregamento ultrarrápido (pelo menos 150 quilowatts (kW)).
Em janeiro, a Moeve anunciou um investimento de 600 milhões de euros até 2030 para desenvolver 30 centrais de biometano em Espanha, que vão produzir gás renovável a partir de resíduos agrícolas e pecuários.