Moche e WTF mudam hoje: Yorn X só em maio. Conheça as alterações dos tarifários que motivaram um ‘puxão de orelhas’ da ANACOM às operadoras

A partir deste sábado, a MEO e a NOS vão avançar com novos tarifários dedicados aos mais jovens – a Vodafone só vai promover alterações em maio.

E quais são as novidades do Moche, WTF ou Yorn X?

A MEO foi a primeira a avançar com alterações: o plano anterior era de 3 GB para o tráfego e 5 GB para outras apps – YouTube, Twitch, Netflix, HBO PT, Amazon Vídeo e Vimeo -, assim como 15 GB para apps como o Whatsapp, Facebook, Instagram, TikTok e Twitter. A partir deste sábado, já está disponível o novo formato. “A partir de 1 de abril, o MOCHE 3GB incluído na sua fatura passa a ter 20 GB/mês de internet geral, 2 mil minutos/mês e termina o tráfego grátis para apps”, explicou a operadora. O novo serviço fica mais caro um euro – de 12,9 para 13,9 euros – e permite aos utilizadores gastarem 5, 10 ou 20 GB na Netflix, por exemplo, se pretenderem, quando antes dispunham apenas de 5 GB.

A NOS, por seu turno, revelou o novo plano WTF, que ‘reservou’ as alterações sobretudo no preço: assim, o plano WTF 1GB passa de 11,8 para 12,72 euros; o WTF 5GB de 16,8 para 18,11 euros; e por último, o WTF 10GB de 21,8 para 23,5 euros, um aumento de 7,83% face à mensalidade antiga, em linha com a taxa me´dia anual da inflação registada em 2022.

O plano da NOS inclui 1, 5 e 10 GB para tráfego livre, internet grátis para apps específicas (Instagram, TikTok, WhatsApp e Spotify, entre outras) e mais 5GB mensais em aplicações de vídeo, como a HBO Max e a Netflix.

Por último, a Vodafone, cujos novos tarifários só chegarão a 1 de maio – a Yorn informou os seus clientes, por mensagem, que tenham o tarifário Yorn X 5GB passam a ter, pelo mesmo valor, 30GB de Internet para ser usado livremente. Já quem tem o Yorn X 1GB vai passar a ter 20GB, enquanto o plano Yorn X 10GB aumenta para 50GB.

O que motivou a mudança nas operadoras?

A ANACOM lançou um ulimato às operadoras no início de março para que os planos mais populares em Portugal entre os jovens com menos de 25 anos chegassem ao fim em 20 dias: era obrigatório ‘fechar’ as ofertas ‘zero-rating’ e similares que “violem a neutralidade da rede” e respeitar a lei da concorrência entre empresas. Para o regulador, as “ofertas zero-rating são aquelas em que o consumo de dados de um ou vários conteúdos, aplicações ou serviços não é contabilizado para efeitos do consumo do volume de dados associado à oferta subscrita pelo cliente, sendo que, normalmente, também não é cobrado um preço pelo tráfego associado a esse conteúdo/aplicação/serviço”.

Segundo Ilda Matos, assessora de imprensa da ANACOM, esclareceu que “a Comissão Europeia considera que isto viola a neutralidade da net, porque está a dar primazia a algumas aplicações e conteúdos em detrimento de outros”. E deu um exemplo: “Se alguém quiser marcar umas férias e precisar de ir ao website de uma agência de viagens e já não tem plafond nem internet, não pode ir. Mas pode continuar a ir ao Instagram e ao YouTube. Portanto há uma discriminação de umas aplicações e não de outras. Por isso, estas ofertas têm de acabar”.

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